
Não foi uma manhã qualquer no Vicente Pinzon. Longe disso. Por volta das 10h30 desta quarta-feira (10), o que deveria ser o ritmo normal do bairro foi completamente interrompido por um som que infelizmente muitos já reconhecem: o estalido seco e rápido de tiros. Muitos tiros.
De acordo com informações que circulam entre os moradores – ainda assustados e recolhendo os cacos da normalidade –, a confusão começou com uma ação de rotina da Polícia Militar. Só que a rotina, por aqui, às vezes vira polvorosa. Os PMs se depararam com um grupo de indivíduos armados e, bem, o diálogo não parece ter sido a primeira opção de ninguém.
O papo foi para o embate. E rapidinho.
Caos nas Ruas e um Homem Baleado
O que se seguiu foi um verdadeiro festival de disparos. Uma troca de fogo intensa, daquelas que paralisa a rua inteira e faz todo mundo se jogar no chão, se agachar atrás de móveis, correr para os cômodos mais internos das casas. O medo, tangível. O barulho, ensurdecedor.
Quando a poeira – ou melhor, a fumaça – baixou, a realidade veio à tona: um homem, ainda não identificado pela polícia, havia sido atingido por um projétil. A sorte dele é que o socorro não demorou. Rapidamente, o Samu foi acionado e compareceu ao local, prestando os primeiros cuidados antes de levar o ferido para um hospital da região. O estado de saúde dele, até o momento, não foi divulgado. Torcemos para que não seja grave.
O Trauma que Fica
Mais do que os estragos materiais – que também existem –, o que fica é a marca psicológica em quem teve que viver mais esse capítulo de violência. "A gente já vive com o coração na mão, mas cada vez que isso acontece é como se fosse a primeira", desabafa uma moradora que preferiu não se identificar, com a voz ainda trêmula. É o desgaste de viver sobressaltado, sem saber quando o próximo tiroteio vai eclodir.
A PM, por sua vez, confirmou a ocorrência do confronto e informou que as investigações estão em andamento para apurar todos os detalhes do episódio. Eles devem tentar identificar os criminosos envolvidos e apurar a dinâmica exata do que transpirou. Mas, para os vizinhos, a investigação de sempre parece pouco. Eles clamam por uma solução mais permanente, por um fim para essa rotina de horror.
Enquanto isso, a comunidade tenta, aos poucos, retomar seu fôlego. Catando os pedacinhos de uma paz que, hoje, mais uma vez, foi estilhaçada.