
Era para ser uma solução. Uma resposta tão aguardada para acalmar o trânsito frenético e perigoso que corta o Alto Tietê. Quatro longos meses se passaram desde que as câmeras de monitoramento de velocidade foram instaladas, prometendo mais segurança nas estradas. Mas o que temos? Silêncio. Eletrônicos mudos, olhando para os carros que continuam passando, muitos deles bem acima do limite.
A situação, pra ser sincero, beira o absurdo. Você instala equipamentos de última geração, gasta dinheiro público – que não é pouco – e depois simplesmente deixa tudo encaixotado, sem funcionar? É como comprar um carro zero e deixá-lo na garagem indefinidamente.
Onde Está a Fiscalização?
Os radares, estrategicamente posicionados para cobrir pontos críticos da malha viária, simplesmente não multam. Eles estão lá, imponentes, mas são apenas enfeites caros. A Artesp (Agência de Transporte do Estado de São Paulo), responsável pela administração do sistema, emitiu uma nota evasiva. Dizem que os equipamentos estão em "fase de testes e integração de sistemas". Quatro meses para testar? Me poupe.
O Detran-SP, por sua vez, joga a responsabilidade para a Artesp, num jogo de empurra-empurra que já cansou. Enquanto isso, o cidadão comum, que paga seus impostos em dia, fica refém de uma burocracia que parece não ter pressa nenhuma.
O Preço da Inércia
E não é só sobre multar por multar. A questão de fundo aqui é muito mais séria: é sobre vidas. Todos sabemos que trechos da região são conhecidos pela alta incidência de acidentes, muitos deles graves. A presença de radares ativos serve justamente para inibir os abusos de velocidade, que são uma das principais causas dessas tragédias.
Deixar esses equipamentos desligados é, de certa forma, negligenciar a segurança de quem usa essas vias diariamente. É uma mensagem errada, que passa a impressão de que não há consequências para quem infringe as regras.
Quando é que essa situação vai mudar? Boa pergunta. Ninguém soube dar uma data concreta. Ficamos no eterno "em breve". Até lá, o que resta é torcer para que a prudência dos motoristas seja maior do que a morosidade do poder público.