O silêncio pesado que desceu sobre a Serra Catarinense na tarde desta quarta-feira (3) foi quebrado apenas pelo som distante de sirenes. Uma tragédia de partir o coração — é assim, sem rodeios, que se começa essa história. Dois homens, unidos pela paixão sobre duas rodas, tiveram suas vidas interrompidas brutalmente num trecho da SC-390, perto de São Joaquim.
Segundo a Polícia Militar, por volta das 16h, uma motocicleta potente, daquelas que cortam o vento, simplesmente invadiu a pista contrária. O que exatamente aconteceu? Uma falha mecânica inesperada? Um desvio brusco para evitar algo na estrada? A verdade é que ninguém sabe ao certo ainda, e essa incerteza é a pior parte. A máquina colidiu de frente com um carro. A violência do impacto não deu chance.
O piloto, um homem de 52 anos, era conhecido na região. Não era um aventureiro qualquer; tinha experiência no asfalto. A carona, mais jovem, de 35 anos, também não resistiu. Dois nomes que ainda não foram liberados, duas famílias destruídas num piscar de olhos. O condutor do veículo, um homem de 29 anos, saiu com ferimentos — físico, porque o trauma psicológico é outra história.
A cena foi caótica. A estrada virou um emaranhado de ferro e sonhos despedaçados. O Corpo de Bombeiros fez o que pôde, mas algumas batalhas já estão perdidas antes mesmo de começarem. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) assumiu a investigação, tentando juntar os pedaços — literal e figurativamente — para entender o que levou a essa guinada fatal.
E agora? Resta o luto. Uma comunidade inteira de motociclistas, que costuma vibrar com a liberdade da estrada, hoje se apequena diante da morte. A Serra, famosa por suas paisagens deslumbrantes e curvas desafiadoras, ganha mais um ponto negro em seu mapa. Um lembrete mórbido e cruel de que a linha entre a adrenalina e a tragédia é incrivelmente fina.
As investigações seguem. Vão apurar velocidade, condições da pista, estado dos veículos. Mas nenhum laudo vai devolver essas vidas. A dor, essa, é para sempre.
