
Era pra ser mais um dia normal na movimentada BR-222, mas o que aconteceu naquele trecho do Pará vai ficar marcado na memória de todos. Uma daquelas notícias que a gente lê e logo pensa: "poderia ter sido evitada". E segundo os peritos, realmente poderia.
O laudo técnico da Polícia Rodoviária Federal — que chegou às mãos da redação — aponta dois fatores cruciais que, juntos, viraram uma combinação explosiva: o caminhão trafegava bem acima do limite de velocidade da via e a escavadeira que ele transportava simplesmente não estava amarrada como deveria. Um erro crasso de amarração, para ser mais preciso.
O que exatamente deu errado?
Parece óbvio, mas não é. Não se trata apenas de "amarrar mal". Os especialistas explicam que a carga — pesada, desengonçada, daquelas que mudam o centro de gravidade do veículo — simplesmente não foi fixada seguindo os protocolos mínimos de segurança. Qualquer solavanco mais brusco seria suficiente para comprometer tudo. E na estrada, solavancos são mais que frequentes.
Junte-se a isso uma velocidade incompatível com o peso e o tipo do transporte. O motorista, segundo o relatório, não se adaptou às condições do veículo carregado. Resultado? Ao fazer uma curva, a escavadeira se soltou completamente. O caminhão, desestabilizado, tombou. Uma sucessão de erros previsíveis, mas fatais.
As consequências irreparáveis
Três vidas perdidas. Três histórias interrompidas de forma abrupta e violenta. Duas pessoas morreram ali mesmo, no local do acidente. Outra — em um último e doloroso esforço — foi levada às pressas para o hospital, mas não resistiu. O que sobra são famílias destruídas e aquele questionamento que nunca cala: por quê?
A PRF foi categórica ao afirmar que, se ao menos um desses dois fatores não estivesse presente, o desfecho trágico poderia ter sido outro. Talvez não houvesse acidente. Talvez houvesse feridos, mas não mortos. São muitos "ses" que agora soam como um lamento.
O caso segue sob investigação para apurar possíveis responsabilidades além do condutor. Afinal, a empresa dona do caminhão e da carga também tem sua parcela de dever nisso? A carga foi inspecionada antes de sair? Perguntas que precisam de respostas.
Enquanto isso, na BR-222, o tráfego já voltou ao normal. Mas a lição — dura, cruel — fica. Velocidade e negligência não combinam. Só tragédia.