
Imagine a cena: um garoto de 12 anos, com a mochila ainda nas costas, salta de um carro que não parava de acelerar. O pânico instantâneo. O asfalto que vira inimigo. E o grito do pai — ecoando como um soco no peito — tentando alcançar o filho que rolava como um boneco desengonçado.
"Foi como se o mundo desabasse em câmera lenta", descreve o pai, ainda com a voz embargada. O menino, que preferimos não identificar, teve sorte de escapar com ferimentos leves após ser arrastado por vários metros na zona leste de Belo Horizonte. Mas o trauma? Ah, esse vai ficar.
O que diabos aconteceu?
Segundo testemunhas, o menino teria aberto a porta do carro em movimento — talvez por distração, talvez por brincadeira. Só que a física não perdoa: o veículo, que trafegava a cerca de 40 km/h, transformou uma ação boba em quase-catástrofe.
- O menino caiu de mau jeito e a roupa ficou presa na porta
- Foi arrastado por aproximadamente 15 metros
- Motoristas que viram a cena pararam para ajudar
- O caso foi registrado na Delegacia de Acidentes de Trânsito
"A gente fica pensando no 'e se'... E se ele tivesse caído de cabeça? E se um carro vinha atrás?", questiona o pai, esfregando as mãos como quem tenta apagar a memória. O susto foi tão grande que até os socorristas ficaram impressionados com a reação da criança — que chorou mais de medo do que de dor.
Lição que dói (literalmente)
Especialistas em segurança infantil não cansam de avisar: travas de portas não são enfeites. Cinto de segurança não é opcional. E crianças — por mais espertas que sejam — não entendem de inércia e atrito.
"É um erro comum achar que acidentes só acontecem com os outros", comenta um agente de trânsito que prefere não se identificar. "Nesse caso, poderia ter sido muito pior."
Enquanto isso, o garoto — agora com joelhos ralados e um novo respeito por portas de carro — já voltou às brincadeiras. Mas o pai? Esse vai precisar de um tempo maior para esquecer a imagem do filho girando no asfalto como uma folha seca.