
Às vezes, a vida prega peças de um humor absolutamente cruel. Neste último sábado (31), um homem — cuja identidade ainda não foi divulgada — viveu o ápice de uma conquista e o abismo de uma tragédia num intervalo de tempo que não dá nem para assimilar direito.
Pouco depois das 11h da manhã, ele estava lá, todo sorridente — imagino eu — assinando os papéis e pegando as chaves de um Porsche 911 Carrera 4S novinho, zero quilômetro. A cena na concessionária devia ser daquelas: o cara realizando um sonho, aquele cheiro de carro novo, o orgulho estampado no rosto. Duas horas depois, tudo acabou.
E não foi um final tranquilo. Longe disso. Por volta das 13h20, na ES-010, em Jardim Camburi, na região metropolitana de Vitória, o esportivo de luxo se envolveu num acidente fortíssimo. Segundo as primeiras informações, o Porsche teria colidido de frente com outro veículo. A batida foi de violência extrema.
O socorro e a constatação inevitável
O Corpo de Bombeiros chegou rapidamente ao local, mas… algumas cenas a gente nunca esquece. O motorista do Porsche, aquele mesmo que há pouco celebrava, estava preso às ferragens. O resgate foi feito às pressas, mas os ferimentos eram gravíssimos. Muito graves mesmo.
Ele foi transportado para o Hospital Estadual Dr. Jayme dos Santos Neves (HEJSN), mas, infelizmente, não resistiu. Os médicos constataram o óbito ainda na chegada. Que viagem brutal, né? Da euforia máxima à ausência total, em questão de minutos.
E agora, o que se pergunta?
As causas do acidente ainda são um mistério completo. A Polícia Militar Rodoviária (PMRv) abriu um inquérito para apurar todos os detalhes. Será que foi uma falha mecânica num carro que mal tinha sido rodado? Um momento de distração? Excesso de confiança ao volante de uma máquina tão potente?
Ninguém sabe. E talvez nunca venhamos a saber ao certo. O que fica é aquela sensação pesada de impotência e aquele lembrete mórbido de que o imprevisível dita as regras. Um dia pode ser o melhor da sua vida e, literalmente, duas horas depois, não ser mais nada.
O conselho que fica — e que soa quase insignificante perto de uma tragédia dessas — é aquele de sempre: dirigir com atenção máxima, seja num carro popular, seja num superesportivo. Porque no trânsito, não há classe social ou potência de motor que impeça o pior.