Tragédia em MT: Filho de ex-prefeito morre ao capotar caminhonete no combate a incêndio rural
Filho de ex-prefeito morre em acidente no combate a incêndio

Era para ser mais um dia de luta contra as chamas que assolam o interior mato-grossense. Mas o que começou como uma ação corajosa terminou em tragédia — daquelas que deixam marcas permanentes numa comunidade inteira.

Numa ironia cruel do destino, o jovem Wanderson Luiz Moraes Pereira, de apenas 27 anos, filho do ex-prefeito de Porto Esperidião, não sobreviveu ao próprio ato de bravura. A caminhonete que dirigia durante o combate a um incêndio numa fazenda da região simplesmente capotou, numa virada brutal de eventos que ninguém — absolutamente ninguém — poderia prever.

O socorro veio rápido, sim. Testemunhas do acontecido, ainda atordoadas pelo susto, acionaram os bombeiros quase que imediatamente. O Corpo de Bombeiros Militar confirmou: receberam a ocorrência por volta das 16h20 de quinta-feira (04), na Rodovia MT-246, bem na saída para a cidade de Pontes e Lacerda.

Mas às vezes, nem a resposta mais rápida é suficiente. Wanderson foi encontrado ainda com vida — um vislumbre de esperança que se apagaria em questão de horas. Transportado às pressas para o Hospital Regional de Cáceres, a aproximadamente 120 km dali, seu estado era crítico. Os médicos lutaram, fizeram o possível e o impossível. Não adiantou. Ele não resistiu aos ferimentos e faleceu ainda naquela noite.

Um nome conhecido, uma dor imensa

Aqui é onde a história fica particularmente dolorosa para uma pequena cidade. Wanderson não era um jovem qualquer. Seu pai, Valteir Pereira, não é apenas um ex-prefeito; é uma figura pública, conhecida por todos. A dor de perder um filho é universal, mas quando acontece sob os holofotes da vida pública, ganha uma camada extra de complexidade — e de solidariedade coletiva.

O incêndio que tentava combater, segundo as primeiras informações, começou numa plantação de capim. Algo aparentemente comum naquela região, mas que, sem controle, vira uma fera incontrolável. E foi justamente numa dessas batalhas contra a fúria do fogo que o impensável aconteceu.

Além da notícia: o que fica?

Casos como esse nos fazem parar e pensar — sobre os perigos invisíveis que cercam aqueles que combatem incêndios rurais, muitas vezes sem o equipamento ideal ou treinamento adequado. São heróis anônimos, que pegam em enxadas e abafadores para proteger a terra e a propriedade alheia.

Wanderson se foi. Deixa um pai público em luto privado, uma família despedaçada e uma comunidade que se pergunta, mais uma vez, sobre a justeza de um destino que leva os bons tão cedo. A Polícia Judiciária Civil agora apura os detalhes finais do acidente, tentando reconstruir os minutos que antecederam a tragédia.

Enquanto isso, em Porto Esperidião, o silêncio pesa. Um silêncio que diz muito mais do que qualquer manchete jamais poderia.