
Eis que o jogo político no Distrito Federal deu uma guinada dramática, daquelas que a gente só vê em filme. De repente, partidos de centro—que normalmente flertam com o governo—resolveram dar as mãos à oposição. O alvo? Nada mais, nada menos, que o governador Ibaneis Rocha e, principalmente, o secretário de Segurança, Sandro Avelar, vulgo Motta.
A questão, como você já deve ter sacado, é a tal da anistia para os policiais que tão cedo não sai do papel. A cobrança, que já vinha num fogo baixo, agora virou um inferno astral para Motta. A situação tá tão feia que até o União Brasil, que integra a base do governador, resolveu pular para o outro lado da cerca. Sim, você leu direito.
O recado veio forte e claro
Numa manobra que mistura cálculo político e pura pressão, a Frente Parlamentar mista—uma galera que vai de partidos de oposição a essa turma do centro—formalizou um ofício. E não foi qualquer ofício, não. Endereçado diretamente a Motta, o documento é um verdadeiro ultimato. Eles querem respostas, e já. A promessa de anistia, que virou quase um mantra do governo, precisa sair do campo das ideias e virar realidade. Pronto, fim de papo.
O clima por trás dos panos? Nada amistoso. A impressão que fica é que a paciência simplesmente acabou. E olha, ninguém ali tá com cara de brincadeira. A cobrança por transparência e, principalmente, por ação, tomou um peso que dificilmente o secretário vai conseguir ignorar.
Mas por que essa guinada agora?
Bom, aí é que tá. A demora na concretização da anistia virou uma espinha tão inflamada que até aliados históricos começaram a torcer o nariz. A medida, vista como crucial para aplacar a crise na segurança pública e dar um gás na moral da tropa, emperrou na maratona burocrática—ou na falta de vontade política, como acusam alguns.
E aí, meu caro, quando a base começa a rachar, o problema é sério. A união inusitada entre oposição e centrão virou uma bomba-relógio sob a cadeira do secretário. O recado que fica é que o tempo das promessas vagas acabou. Agora, é hora de mostrar serviço.
O que vai acontecer? Sinceramente, é difícil dizer. Motta se encontra agora entre a cruz e a espada. Ceder à pressão significa assumir um compromisso público pesadíssimo. Ignorar? Bom, isso pode custar caro, muito caro, até para a sobrevivência política do próprio governo.
Uma coisa é certa: os holofotes estão acesos. E Brasília, mais uma vez, vira palco de um daqueles dramas políticos que a gente não sabe se chora ou se ri.