Fusão PP e União Brasil: Aliados de Lula São Orientados a Deixar Cargos no Governo — Entenda a Polêmica
PP e União Brasil ordenam saída de filiados do governo

E então, eis que a poeira baixa — ou melhor, levanta — no cenário político brasiliense. A recém-formada federação entre PP e União Brasil, dois gigantes do centrão, resolveu cutucar a onça com vara curta. Na tarde desta quarta-feira (3), a cúpula da nova sigla determinou: todos os filiados que ocupam cargos no governo Lula têm de abandonar seus postos. Imediatamente.

Não foi um pedido. Foi uma ordem. E das firmes.

A decisão, tomada durante uma reunião de lideranças em Brasília, joga um balde de água gelada — ou gasolina, dependendo do ponto de vista — na já delicada relação entre o Planalto e seu suporte no Congresso. A justificativa? A tal da “incompatibilidade” entre integrar o primeiro escalão do governo e fazer oposição programática.

Mas quem são os afetados?

Boa pergunta. A lista não é pequena. Estamos falando de nomes como o ministro das Cidades, Jader Filho (PP-MA), e o secretário nacional de Aviação Civil, Juliano Noman (União Brasil). Tem gente com pasta, comissionado, nomeado em estatais… uma galera com a chave do gabinete na mão.

E agora, o recado é claro: ou ficam com o governo, ou ficam com o partido. Não dá pra nadar entre dois mares quando um deles resolve virar tsunami.

O jogo de poder por trás dos panos

O que muita gente não percebe é que isso aqui vai muito além de uma mera diretriz partidária. É uma jogada de xadrez — e o tabuleiro é o Congresso Nacional. A federação PP-União Brasil é, hoje, a maior bancada da Câmara. Sem ela, o governo simplesmente não governa.

O Planalto, é claro, não gostou nem um pouco do tom. Fontes próximas à Presidência já sussurram que a medida é “inamistosa” e cheira a chantagem. Algo como: “ou você nos dá mais espaço, mais cargos, mais influência, ou a gente puxa o tapete”.

E no meio disso tudo, os parlamentares? Bem, esses agora enfrentam um dilema digno de novela das nove: largar um cargo de confiança — e todo o poder que vem com ele — ou arriscar a filiação e ficar sem o apoio da legenda na próxima eleição. Decisão difícil, hein?

O prazo? Ainda não está claro. Mas a orientação é para que a transição seja feita o quanto antes. Algo entre “já” e “para ontem”.

Enquanto isso, nos corredores do poder, o clima é de suspense. Ninguém sabe ao certo como o governo vai reagir. Se vai ceder, se vai negociar, ou se simplesmente vai encarar o desafio de frente. Uma coisa é certa: o jogo político acaba de virar. E não, não foi pouco.