
Parece que a discussão sobre as urnas eletrônicas simplesmente não quer calar — e dessa vez foi a ministra Carmen Lúcia, do Tribunal Superior Eleitoral, quem entrou no ringue para dar uma verdadeira aula sobre o assunto. A motivação? As alegações feitas pela defesa do ex-diretor da ABIN, Alexandre Ramagem, durante um interrogatório na Polícia Federal.
O advogado de Ramagem, gente boa do Direito mas que parece ter confundido alguns conceitos básicos, questionou a suposta falta de auditabilidade do sistema. Como se o voto auditável fosse sinônimo de voto impresso. Aí, minha gente, a coisa degringolou.
Uma diferença que não é mero detalhe
Carmen Lúcia — com aquela paciência de joga que só os ministros do STF têm — rebateu ponto a ponto. Deixou claro, de uma vez por todas, que auditabilidade não significa, nem nunca significou, ter um comprovante de papel saindo da urna. O sistema eletrônico brasileiro, aliás, é dos mais auditados do mundo. E isso desde sempre.
"O voto é auditável sim, e amplamente", ela destacou, com a autoridade de quem conhece o processo eleitoral como a palma da própria mão. E completou: a urna não imprime voto, mas permite que cada etapa do processo seja verificada, testada e validada — por especialistas, partidos políticos e até por qualquer cidadão que queira acompanhar os testes públicos de segurança.
O contexto por trás da polêmica
Tudo isso veio à tona durante o inquérito que investiga suposta articulação de um grupo dentro da PF para obstruir investigações. Ramagem, que responde por suspeita de interceptações ilegais, tentou — através de seu defensor — levantar a bandeira das urnas como parte de sua estratégia. Jogada política? Muitos acham que sim.
Mas Carmen Lúcia não comprou a narrativa. E deixou registrado: a urna eletrônica é segura, confiável e, repita comigo, auditável. O que não existe — e ela foi enfática — é qualquer evidência de fraude ou manipulação em pleitos anteriores.
Para quem ainda teima em duvidar, a ministra lembra: testes e mais testes já comprovaram a robustez do sistema. E qualquer tentativa de descredibilizá-lo, sem provas concretas, é no mínimo… suspeita.
No fim das contas, a lição que fica é clara: discutir tecnologia eleitoral é válido, mas com base em fatos — não em achismos ou estratégias de defesa desesperadas. O sistema não é perfeito? Nenhum é. Mas é dos melhores que existem. E isso não é opinião: é fato.