Bolsa Dispara e Lula Põe o Dedo na Ferida: É Hora de Regular as Big Techs
Bolsa sobe e Lula defende regulação de big techs

O pregão desta quarta-feira não poderia começar de forma mais otimista. Logo no abrir dos portões, o Ibovespa, nosso termômetro principal da Bovespa, já disparava — um sinal verde que investidores aguardavam ansiosos. E não foi pouco: alta de 0,45%, puxando o índice aos sonhados 128 mil pontos. Quem acompanha o mercado sabe, até parece que o humor lá fora contagia.

E de fato, foi isso mesmo. Enquanto aqui a gente se vira entre dados e projeções, os mercados internacionais — principalmente os States — também entraram no ritmo. Quase uma coreografia sincronizada, com Wall Street dando o tom e a gente seguindo. Quem diria, né?

Mas não é só sobre números

Enquanto a bolsa vibrava, o presidente Lula soltava uma daquelas declarações que não passam batidas. Em evento cheio de gente importante — ministros, empresários, a nata do setor produtivo — ele falou o que muita gente tem pensado, mas poucos dizem em voz alta: “Precisamos regular as grandes empresas de tecnologia.”

Nada de meias-palavras. Lula foi direto, citando inclusive a União Europeia como exemplo. “Não podemos ficar pra trás”, disparou, com aquela convicção de quem já viu a banda tocar de todo jeito. E complementou, não sem certo tom de desafio: “Elas precisam pagar impostos justos onde geram lucro.” Alô, Google, Meta, Amazon… a mensagem é clara.

E o mercado, como fica?

Boa pergunta. A verdade é que o discurso do presidente chega num momento delicado. De um lado, a euforia imediata com os índices em alta; de outro, aquele frio na barriga de quem lembra que regulação mexe com previsibilidade — e mercado odeia surpresa.

Não à toa, analistas já começam a especular os impactos. Será que a possível taxação das big techs poderia, no médio prazo, esfriar investimentos? Ou será justamente o contrário — mais controle significaria mais segurança jurídica? Eis a questão que divide opiniões nos bastidores.

Uma coisa é certa: o tema não vai esfriar tão cedo. Com a Europa já avançada nessa jornada e os EUA também entrando na dança, o Brasil parece finalmente disposto a tirar o time de campo e entrar no jogo regulatório. Resta saber como.

Por hoje, o saldo é positivo. Bolsa feliz, discurso forte e um debate que, como bem lembrou Lula, “é inevitável”. Amanhã é outro dia. E o mercado, ah, o mercado sempre surpreende.