
Era um cenário que parecia sem saída: 3.127 nomes amontoados numa lista interminável, cada um representando uma dor de barriga que virou dor de cabeça. Mas em Uberaba, a luz no fim do túnel digestivo finalmente apareceu.
Depois de meses de discussões que pareciam mais enroladas que intestino preso, prefeitura e Ministério Público chegaram a um acordo que promete botar fim nesse calvário. Até o fim do ano, todas essas pessoas — sim, todas! — deverão finalmente conseguir marcar aquela consulta com o gastro que tanto precisam.
Como vai funcionar?
O plano é simples, mas exigiu um baita esforço:
- Contratação emergencial de mais especialistas
- Ampliação de horários nos postos de saúde
- Parcerias com clínicas privadas (isso mesmo, o SUS de mãos dadas com a iniciativa particular)
"A gente sabe que não adianta só empurrar a fila com a barriga", brincou — com propriedade — o secretário municipal de Saúde, referindo-se às soluções paliativas que vinham sendo adotadas.
O que dizem os números
Pra você ter ideia da encrenca:
- Espera média de 8 meses para primeira consulta
- 45% dos casos envolvem pacientes acima de 60 anos
- 30% são suspeitas de doenças graves que precisam de diagnóstico rápido
Não é à toa que o MP entrou com tudo nessa história. "Quando a dor é de todo mundo, vira caso de justiça", defendeu o promotor responsável pelo caso, que preferiu não dar nomes aos bois — ou melhor, às úlceras.
Agora é torcer para que, dessa vez, o remédio seja realmente eficaz. Porque ninguém merece ficar meses esperando pra descobrir se aquela azia é só nervoso ou algo mais sério, não é mesmo?