Interdição Chocante em Novo Hamburgo: Comunidade Terapêutica Fecha as Portas Após Denúncias Graves
Comunidade Terapêutica Interditada em Novo Hamburgo

Era suposto ser um lugar de cura, mas transformou-se num cenário de pesadelo. Na última sexta-feira, as autoridades fizeram o que devia ter sido feito há muito tempo: interditaram uma comunidade terapêutica em Novo Hamburgo que mais parecia uma armadilha para vulneráveis.

O lugar, que nem sequer possuía autorização sanitária para funcionar, estava literalmente caindo aos pedaços. Imagine só: infiltrações, falta de ventilação, instalações elétricas que davam medo até aos mais corajosos. Um verdadeiro perigo à saúde pública, disfarçado de ajuda.

Condições Desumanas e Práticas Questionáveis

Não eram apenas as paredes mofadas que assustavam. Relatos de internos pintavam um quadro sombrio: supostos maus-tratos psicológicos, medicamentos administrados de forma completamente irregular – sem qualquer supervisão médica, diga-se de passagem – e até isolamento forçado. Que tipo de tratamento é esse?

O Conselho Regional de Psicologia do RS não ficou parado. Denunciou a situação às promotorias competentes, e a coisa começou a andar. A Promotoria de Justiça de Defesa da Saúde Pública de São Leopoldo abriu investigação, e o Ministério Público entrou com ação civil pública. Finalmente!

O Dono e a Defesa Improvável

O suposto responsável por esta casa de horrores? Um indivíduo que se identificava como «coordenador terapêutico», mas cuja formação deixava muito a desejar. Quando confrontado, sua defesa foi no mínimo peculiar: alegou que os pacientes estavam lá por vontade própria, como se isso justificasse as condições degradantes.

Os vizinhos, esses sim, respiravam aliviados com o fechamento. Muitos já desconfiavam que algo não batia certo naquele lugar, com seu movimento estranho e aparência negligenciada. «Sempre achei aquilo muito esquisito», comentou um morador da rua, preferindo não se identificar.

Um Problema que Vai Além de Uma Porta Fechada

Este caso escancara uma realidade dura: a fiscalização sobre essas instituições precisa ser muito mais rigorosa. Quantos outros lugares assim existem por aí, operando às escuras, longe dos olhos do poder público?

As autoridades garantem que os poucos pacientes que estavam no local foram encaminhados para outros serviços. Mas a pergunta que fica é: quantos já passaram por ali e saíram mais machucados do que entraram?

Enquanto isso, o proprietário responde administrativamente por danos morais coletivos. Pouco, muito pouco para o estrago que pode ter causado. A justiça precisa ser mais ágil e severa com quem brinca com a saúde e a dignidade alheia.