Parece que respiramos um pouco de alívio nos últimos meses, mas a trégua pode estar chegando ao fim. É o que aponta a Fiocruz, num daqueles relatórios técnicos que a gente até torce para estar errado. Dados do InfoGripe, divulgados nesta sexta-feira (17), mostram uma curva que começou a subir – e não é pouco.
O sinal de alerta veio direto do laboratório: das 27 unidades federativas, nada menos que 25 apresentam sinal moderado ou alto de crescimento para Síndromes Respiratórias Agudas Graves (as tais SRAGs). Só escaparam Roraima e Amapá. Não é brincadeira.
O Vírus que Não Desiste
Quem lidera essa investida? O Sars-CoV-2, claro. A variante JN.1, aquela que surgiu no final do ano passado, continua dando trabalho e é a principal responsável pelos casos positivos. Mas tem outro player entrando em cena: o influenza A. Sim, a velha conhecida gripe está voltando com tudo, principalmente no Sudeste e Centro-Oeste.
E olha só como as coisas mudam: enquanto os adultos estão sendo mais acometidos pela Covid-19 (cerca de 40% dos casos), as crianças pequenas, aquelas com menos de quatro anos, estão enfrentando mais o vírus sincicial respiratório (VSR). Cada idade com seu desafio.
O Mapa da Preocupação
O boletim da Fiocruz traça um panorama nacional que exige atenção. A tendência de alta é clara em todas as regiões, mas com intensidades diferentes. No Sudeste, a subida começou mais cedo, lá em fevereiro. Já no Norte, Nordeste e Centro-Oeste, o movimento ascendente é mais recente, ganhando força agora em maio.
Os pesquisadores são claros: os dados laboratoriais indicam um cenário de crescimento. E quando a Fiocruz fala, a gente bem que devia escutar.
E Agora, José?
Diante desse cenário, a pergunta que fica é: o que fazer? A recomendação das autoridades de saúde segue a mesma de sempre, mas que a gente teima em esquecer:
- Vacinação: Corre atualizar sua carteirinha! A campanha contra a gripe já começou e os reforços contra Covid-19 estão disponíveis.
- Máscaras: Lugares fechados e aglomerados voltam a ser território de proteção facial. Melhor prevenir, né?
- Higiene: Lavar as mãos nunca saiu de moda. Álcool gel também é nosso amigo.
- Sintomas: Espirrou, tossiu, ficou meio pra baixo? Fica em casa e procura um médico. Nada de herói no trabalho ou na escola.
Parece repetitivo? Talvez. Mas é que a lição parece que não quer entrar na nossa cabeça. A saúde pública é um daqueles temas que a gente só valoriza quando falta. E pelo visto, precisamos continuar valorizando.
Fica esperto, Brasil. O inverno está chegando e, com ele, os vírus também. Melhor se preparar.
