
A paisagem castigada pelo sol implacável do Piauí está prestes a ganhar um sopro de esperança. E não é exagero. O Águas do Piauí, num daqueles movimentos que a gente torce para dar certo, botou o pé no acelerador e anunciou um plano ambicioso para furar a terra ressequida. A meta? Nada menos que 79 poços artesianos, espalhados por municípios onde a água é mais que um recurso – é uma questão de sobrevivência.
Parece que finalmente acenderam a luz no fim do túnel. A empresa divulgou um cronograma de verdade, com datas e locais, mostrando que a coisa saiu do papel. E olha, a pressa é mais que justificada. Enquanto isso, uma nuvem negra paira sobre os mais necessitados: golpistas se aproveitando do desespero alheio.
O Lado Sombrio da Seca: Aviso Contra os Golpes dos "Pipa"
É de cortar o coração. No mesmo comunicado que traz uma solução, o Águas do Piauí solta um alerta grave. A empresa foi categórica: não manda caminhões-pipa para a casa de ninguém por telefone. Ponto final. A artimanha dos criminosos é simples e cruel. Eles ligam, se passam pela empresa, marcam uma entrega e... somem com o dinheiro adiantado que pedem. Uma malandragem que joga sal na ferida de quem já sofre com a falta d'água.
O recado oficial é claro feito água de poço novo: o serviço oficial de carros-pipa é gratuito para a população em situação de emergência. Qualquer um que cobrar é golpe. Na dúvida, a orientação é não hesitar: ligue direto para o 0800 591 0196 da empresa e confirme tudo. Melhor pecar pelo excesso de cautela, não é mesmo?
Onde a Perfuração Vai Acontecer? A Lista dos Municípios
E para onde estão indo esses poços? A lista é longa e prioritária. A empresa já tem tudo mapeado, com serviços programados para setembro e outubro. Cidades como Acauã, que sempre padece com o calor, e Belém do Piauí estão na dianteira. Também têm Beneditinos, Betânia, e por aí vai. A ideia é atingir comunidades rurais e zonas urbanas que dependem de carros-pipa – justamente as mais vulneráveis a esses esquemas fraudulentos.
É uma corrida contra o relógio, e todo mundo sabe. A estiagem no Piauí não é novidade, mas a cada ano a sensação é de que fica mais crítica. Iniciativas como essa são um alívio, mas a vigilância tem que ser constante. Enquanto a empresa trabalha para levar água de verdade, a população precisa ficar de olho aberto para não cair no conto do vigário – ou melhor, no conto do pipa.
No fim das contas, a história se resume a isso: de um lado, a força-tarefa para matar a sede da terra e da gente. Do outro, a necessidade de se proteger da malandragem que surge na hora do aperto. Uma lição dura, típica do sertão: a esperança vem dos poços, mas a desconfiança, infelizmente, ainda é necessária.