Mutirão oftalmológico na Paraíba: 45 depoimentos colhidos após complicações em pacientes
Mutirão oftalmológico na PB: 45 depoimentos após complicações

Era para ser um alívio, mas virou um pesadelo. O tal mutirão de cirurgias oftalmológicas, que prometia devolver a visão a dezenas de pessoas na Paraíba, deixou rastros de dor e frustração. Até agora, a Polícia Civil já ouviu 45 pessoas — entre pacientes, médicos e organizadores — no que parece ser um caso de negligência que pegou todo mundo de surpresa.

Não é todo dia que um projeto social vira alvo de investigação policial, mas quando os relatos começaram a pipocar, foi impossível ignorar. Pacientes reclamando de visão turva, dores insuportáveis e até perda total da capacidade de enxergar após as intervenções. Algo saiu muito errado, e ninguém ainda sabe ao certo o quê.

O que se sabe até agora?

Segundo fontes próximas ao caso, a maioria dos depoimentos colhidos até agora aponta para falhas no procedimento. Alguns falam em pressa, outros em falta de acompanhamento pós-operatório. Tem até quem suspeite de materiais inadequados — mas isso ainda está no campo dos boatos.

O delegado responsável pelo caso, que prefere não se identificar, disse que as investigações estão só no começo. "Temos que analisar cada detalhe antes de apontar culpados", comentou, com a cautela típica de quem lida com situações delicadas.

E os pacientes?

Ah, os pacientes... Esses são os que mais sofrem. Dona Maria (nome fictício), uma aposentada de 68 anos, contou que saiu da cirurgia pior do que entrou. "Eu pelo menos via vultos antes. Agora é tudo escuro", desabafou, entre lágrimas. Histórias como a dela não são raras — e é justamente isso que mais preocupa.

Enquanto isso, a Secretaria de Saúde do estado emitiu uma nota genérica dizendo que "acompanha o caso" e que "tomará as providências necessárias". Sabe como é, aquele linguajar burocrático que não diz nada concreto.

O certo é que esse caso vai longe. Com 45 depoimentos já registrados e outros tantos por vir, a Polícia Civil tem trabalho pela frente. E os pacientes? Bem, esses continuam esperando por respostas — e, quem sabe, por um pouco de justiça.