
O cenário global da saúde perdeu um de seus gigantes. David Nabarro, o médico britânico que esteve na linha de frente do combate à Covid-19 pela Organização das Nações Unidas (ONU), nos deixou aos 75 anos. Uma notícia que pegou muitos de surpresa — afinal, era uma daquelas figuras que pareciam incansáveis.
Nabarro não era apenas mais um nome no meio da multidão. Com décadas de experiência em saúde pública, ele tinha aquela mistura rara de conhecimento técnico e habilidade diplomática. Quem acompanhou seu trabalho durante a pandemia sabe: o cara falava com uma clareza que cortava como bisturi, mas sem perder a humanidade.
Uma vida dedicada à saúde global
Antes da Covid, Nabarro já era veterano em crises. Trabalhou com ebola, cólera, fome — você nomeia o problema, ele provavelmente já tinha botado as mãos nele. E não era daqueles que ficavam só nos gabinetes. O homem colocava o pé na estrada, ia ver de perto os dramas humanos por trás das estatísticas.
Durante a pandemia, ele virou uma espécie de "tradutor" entre a ciência e o público. Enquanto muitos líderes se perdiam em tecnicismos ou minimizavam a crise, Nabarro conseguia o equilíbrio perfeito: alertas sérios, mas sem pânico; esperança, mas sem falsas promessas.
O legado que fica
O que fica? Além dos protocolos e diretrizes, uma lição sobre como comunicar ciência em tempos de crise. Nabarro mostrou que é possível ser firme sem ser alarmista, cauteloso sem ser paralisante. Num mundo onde cada especialista virava alvo de ataques, ele manteve uma rara respeitabilidade cruzando fronteiras políticas.
Ah, e tem outro detalhe: o cara nunca perdeu o humor. Mesmo nos piores dias, aqueles olhos azuis ainda conseguiam transmitir uma centelha de otimismo. "Estamos nisso juntos" — era quase um mantra dele. E fazia a gente acreditar.
Agora, com sua partida, o palco global fica um pouco mais vazio. Resta saber quem vai pegar o bastão. Porque, vamos combinar, pandemias não avisam quando vão bater à porta de novo...