
Não é exagero dizer que o fantasma da gripe voltou a assombrar Campinas. Só nesta semana, quatro vidas foram levadas por complicações da influenza — e o que mais assusta é que isso poderia ter sido evitado. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou os óbitos e está batendo na mesma tecla: vacina, gente, vacina!
Parece que a mensagem não está chegando como deveria. Enquanto os postos de saúde continuam vazios, os hospitais ficam abarrotados de casos que evoluem para pneumonia e outras complicações respiratórias. "É uma cena de guerra", desabafa uma enfermeira do Hospital Municipal que pediu para não ser identificada. "A cada plantão, mais dois ou três casos graves aparecem."
Quem está mais vulnerável?
Os dados são claros:
- Idosos acima de 65 anos representam 60% dos casos graves
- Crianças menores de 5 anos respondem por 25% das internações
- Pessoas com comorbidades (diabetes, problemas cardíacos) completam o restante
E aqui vai um detalhe que muitos ignoram: metade dos falecidos tinham indicação para vacina mas não se imunizaram. Faz pensar, não?
A corrida contra o tempo
A prefeitura ampliou o horário de funcionamento das UBSs até as 20h durante a semana. No sábado, algumas unidades ficarão abertas especialmente para a campanha — uma medida desesperada para tentar frear essa avalanche. "Estamos vendo pessoas de 40, 50 anos entubadas", alerta o secretário de saúde, cuja voz parece carregar o peso de quem já viu isso antes.
E não adianta achar que é só "uma gripezinha". Os sintomas dessa cepa incluem:
- Febre alta persistente (acima de 39°C)
- Dores musculares incapacitantes
- Falta de ar progressiva
O pior? Quando a pessoa percebe que não é "só um resfriado", muitas vezes já está tarde demais.