Fibromialgia será reconhecida como deficiência no Brasil: o que isso muda na vida dos pacientes?
Fibromialgia será classificada como deficiência no Brasil

Imagine conviver diariamente com uma dor que não aparece em exames, mas te acompanha como uma sombra insistente. Pois é, para os mais de 4 milhões de brasileiros com fibromialgia, essa é a realidade. Mas as coisas estão prestes a mudar — e pra melhor.

Virada de jogo na saúde pública

A partir de agosto de 2025, a fibromialgia será oficialmente classificada como deficiência no Brasil. Não é pouco coisa, viu? Essa decisão do governo federal veio depois de anos de luta de associações de pacientes e especialistas.

"Finalmente estão enxergando o que a gente sente na pele", comenta Maria das Dores, 58 anos, que convive com a síndrome há uma década. Ela não está exagerando — o reconhecimento legal abre portas que antes pareciam emperradas.

Direitos que chegam com atraso

  • Acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC)
  • Prioridade em processos judiciais
  • Isenção de impostos na compra de veículos adaptados
  • Vagas reservadas em concursos públicos
  • Atendimento prioritário em bancos e serviços públicos

Não vai ser um mar de rosas — a implementação sempre esbarra na burocracia brasileira. Mas é um começo. Médicos alertam: "Agora precisamos treinar os peritos do INSS para não cometerem injustiças na avaliação", pondera o reumatologista Dr. Carlos Bastos.

O outro lado da moeda

Alguns críticos argumentam que a medida pode "banalizar" o conceito de deficiência. Bobagem. Quem diz isso claramente nunca passou uma noite em claro com dores difusas que nenhum remédio alivia.

O fato é que a fibromialgia — essa desconhecida de tantos — finalmente ganha o respeito que merece. Resta saber se o sistema está pronto para acolher tantas pessoas que, até então, sofriam em silêncio.

Uma coisa é certa: quando o corpo dói, a alma cansa. E agora, pelo menos, o cansaço vem acompanhado de direitos.