Imagine um lugar onde a palavra 'não' vira ponto de partida, não de chegada. É mais ou menos isso que o Centro de Referência sobre Drogas do Piauí (Cendfol) tem construído no estado. Só neste ano de 2025, a instituição já registrou a impressionante marca de mais de 8 mil atendimentos voltados para a prevenção e o cuidado relacionados ao uso de álcool e outras drogas.
Os números, divulgados agora em setembro, não são apenas estatísticas frias. Eles representam conversas difíceis, acolhimentos no momento certo e, acima de tudo, a esperança de um recomeço para milhares de piauienses e suas famílias. A coisa não para por aí – o centro já realizou mais de 400 ações educativas em comunidades e escolas, espalhando informação de qualidade como a melhor das vacinas contra esse mal.
Uma Estratégia que Vai Além do Consultório
O que chama a atenção, na real, é a abrangência do trabalho. Não se trata só de esperar as pessoas chegarem. A equipe do Cendfol vai onde o problema está. Eles botam a mão na massa com:
- Palestras interativas que fogem do sermão e conectam com a realidade dos jovens.
- Capacitação para professores e lideranças comunitárias, criando uma verdadeira rede de olheiros do bem.
- Acolhimento psicológico e social especializado, tanto individual quanto em grupo.
É uma mudança de mentalidade, sabe? Sai um pouco aquele foco punitivo e entra uma perspectiva de cuidado, de saúde pública de verdade. Parece óbvio, mas a execução é que é o pulo do gato.
O Futuro se Constrói no Presente
E o mais bacana é que esse esforço todo não vive de portas fechadas. Existe uma sinergia fortíssima com outros programas do governo estadual, como o 'Aqui Tem Trabalho, Aqui Tem Futuro'. A ideia é clara: oferecer alternativas concretas. Não adianta apenas dizer 'não use drogas' se a pessoa não vê uma perspectiva de emprego, de renda, de vida digna.
Os resultados, ainda que graduais, começam a aparecer. E o maior deles talvez seja a quebra do estigma. Procurar ajuda está deixando de ser um tabu para se tornar um ato de coragem. E isso, convenhamos, não tem preço.
O Piauí está mostrando que, com uma política pública séria e humanizada, é possível enfrentar esse desafio complexo. Uma vida de cada vez.
