
Imagine estar em um restaurante e ver alguém engasgar. Você saberia o que fazer? Em João Pessoa, a resposta está se tornando mais acessível — e obrigatória. A partir de agora, escolas e unidades de saúde da capital paraibana terão que ensinar técnicas de desengasgo, graças a uma lei que promete transformar a cidade em referência em primeiros socorros.
Não é só teoria: a prática que salva
"A gente sempre acha que nunca vai precisar, até o dia em que precisa", diz Maria do Socorro, enfermeira com 15 anos de experiência em emergências. Ela já viu de tudo — desde pais desesperados até professores em pânico. A nova legislação, sancionada na última semana, exige que profissionais da educação e da saúde dominem (e ensinem) a Manobra de Heimlich e outras técnicas.
Detalhe crucial: não vai ser aquela palestra chata de slides. O projeto prevê treinamentos práticos, com bonecos especiais — aqueles que até fazem barulho quando você acerta o movimento. Quem já participou de cursos assim sabe: depois que você aprende, é como andar de bicicleta. Nunca mais esquece.
Os números que assustam
- No Brasil, engasgo mata 1 criança a cada 5 dias
- 70% dos acidentes acontecem em casa
- Em 90% dos casos, quem socorre é um leigo
E aqui vai um dado que pouca gente comenta: segundo o Corpo de Bombeiros, mais da metade das chamadas por engasgo poderiam ser resolvidas no local se alguém soubesse o básico. "É questão de minutos", alerta o capitão Raimundo Nonato. "Quando a ambulância chega, às vezes já é tarde."
Como vai funcionar na prática?
As escolas terão 180 dias para se adaptar — prazo que já está correndo. O plano é incluir os treinamentos:
- Na formação continuada dos professores
- Nos cursos para novos funcionários
- Como parte das atividades com os alunos (a partir do 6º ano)
Já nas unidades de saúde, a ideia é que qualquer pessoa que passe por lá — seja paciente ou acompanhante — possa sair sabendo pelo menos o essencial. "Vamos transformar postos de saúde em centros de prevenção", promete o secretário municipal de Saúde, Dr. Geraldo Luna.
Ah, e tem uma pegadinha boa: quem não cumprir pode levar multa. Valores ainda não foram divulgados, mas a fiscalização promete ser rigorosa. Afinal, como diz o ditado popular, "é melhor prevenir do que remediar" — especialmente quando a "remediação" pode chegar tarde demais.