
Imagine enfrentar uma batalha dura como o câncer e ainda ter que lidar com a queda dos cabelos — um efeito colateral que, pra muita gente, dói mais que a própria doença. Pois é, mas em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, um hospital tá virando o jogo com uma técnica que parece saída de filme de ficção científica.
O frio que aquece o coração
Não é magia, é ciência — e das boas. O método, chamado de "crioterapia capilar", usa toucas geladas a temperaturas baixíssimas durante as sessões de quimio. Parece desconfortável? Pode até ser, mas os pacientes tão abraçando a ideia como quem segura um copo d'água no deserto.
"É uma sensação estranha no começo, mas depois de ver meus fios resistindo, virou meu ritual sagrado", conta Maria (nome fictício), paciente de 42 anos que preferiu não revelar a identidade. Ela faz parte dos 70% que tiveram redução significativa na queda após 3 meses de tratamento.
Como funciona essa mágica branca?
- Toucas especiais resfriadas a -30°C são colocadas 15 minutos antes da quimio
- O frio extremo contrai os vasos sanguíneos do couro cabeludo
- Menos sangue = menos quimio chegando aos folículos capilares
- Resultado: cabelos mais resistentes e autoestima menos abalada
Dr. Carlos Albuquerque, oncologista responsável pelo projeto, explica com os olhos brilhando: "Quando a gente vê paciente saindo da sessão com sorriso no rosto porque ainda tem cabelo, sabe que acertou em cheio".
Não é milagre, mas quase
Claro que tem seus poréns — como tudo na vida. A técnica não é 100% eficaz pra todos os tipos de quimioterapia, e alguns pacientes relatam dor de cabeça passageira. Mas convenhamos: entre uma dorzinha de cabeça e acordar com tufos de cabelo no travesseiro, a escolha parece óbvia, não?
O hospital já atendeu mais de 200 pessoas com o método desde o começo do ano, e a lista de espera tá maior que fila de show de Taylor Swift. "Tivemos que ampliar o setor duas vezes", ri a enfermeira-chefe, mostrando orgulho no olhar.
Enquanto isso, outros centros médicos do país já tão de olho na novidade. Quem sabe não vira padrão nacional, hein? Afinal, combater o câncer já é difícil — perder a identidade no processo não deveria ser obrigatório.