
Uma cena chocante foi revelada durante operação de combate ao trabalho escravo na região de Itapetininga, interior de São Paulo. Um trabalhador resgatado em condições análogas à escravidão era obrigado a beber a mesma água utilizada por cavalos na propriedade rural onde estava submetido a jornadas exaustivas.
Condições Subumanas na Zona Rural
A operação conduzida por auditores fiscais do Ministério do Trabalho e Emprego encontrou o trabalhador em situação de extrema vulnerabilidade. Além de ser forçado a compartilhar a fonte de hidratação com os animais, o homem:
- Não tinha acesso a água potável
- Vivia em alojamento precário sem condições básicas de higiene
- Trabalhava em jornadas extensas sem os devidos equipamentos de proteção
- Não recebia salário adequado às horas trabalhadas
Operação de Resgate
A ação que resultou no resgate do trabalhador faz parte de uma força-tarefa estadual contra o trabalho análogo à escravidão. A propriedade rural foi interditada e o empregador poderá responder por crimes trabalhistas e submissão de pessoa a condições degradantes.
"Encontrar um ser humano sendo tratado pior que animais em pleno século XXI é algo que nos envergonha como sociedade", declarou um dos auditores fiscais envolvidos na operação, que preferiu não se identificar.
Problema Persistente no Interior Paulista
Este não é um caso isolado na região. Dados do Observatório Digital do Trabalho Escravo mostram que o interior de São Paulo continua registrando ocorrências de trabalho análogo à escravidão, principalmente em:
- Propriedades rurais afastadas dos centros urbanos
- Atividades agrícolas e de pecuária
- Empresas terceirizadas do setor sucroalcooleiro
- Construção civil em áreas remotas
As autoridades reforçam a importância da denúncia por meio do Disque 100 ou diretamente nas superintendências regionais do trabalho para combater essa prática criminosa.