83% dos brasileiros ligam futuro da saúde a investimento em inovação
Pesquisa: brasileiros apoiam patentes para inovação na saúde

Um estudo encomendado pelo Movimento Brasil pela Inovação e realizado pelo Instituto Nexus trouxe à tona a percepção dos brasileiros sobre um tema crucial para o desenvolvimento tecnológico e sanitário do país: a importância das patentes e do investimento contínuo em pesquisa. A pesquisa, realizada entre os dias 14 e 18 de novembro de 2025, ouviu 2.005 pessoas em todas as 27 Unidades da Federação, com amostra controlada por sexo, idade, escolaridade, região e condição do município.

Reconhecimento da inovação como pilar da saúde

Os dados são claros ao mostrar que a população brasileira enxerga um futuro promissor para a saúde diretamente atrelado aos investimentos em ciência. Um número expressivo de 83% dos entrevistados acredita que o futuro da saúde no Brasil depende, de forma direta, do investimento da indústria farmacêutica em pesquisa e inovação. Esse dado reflete uma compreensão coletiva de que a criação de novos tratamentos e medicamentos está intrinsecamente ligada a um ecossistema que valoriza e financia a descoberta científica.

Apesar desse apoio latente, o estudo também revelou um gap de conhecimento sobre o funcionamento do sistema. Apenas um em cada quatro brasileiros (25%) afirmou conhecer como funcionam as regras de propriedade intelectual vigentes no país. No entanto, quando o mecanismo das patentes é explicado, o apoio da população se torna significativo: 59% dos entrevistados declararam apoiar a exclusividade do uso de uma patente por 20 anos após serem informados sobre o papel fundamental desse período de proteção para viabilizar financeiramente o desenvolvimento de novas tecnologias.

Preocupação com burocracia e impacto das mudanças nas regras

Além de reconhecer a importância da inovação, os brasileiros demonstraram preocupação com os obstáculos que podem atrasar seu acesso a avanços médicos. Para 80% dos entrevistados, o processo burocrático e lento de registro de patentes pode prejudicar, em alguma medida, a oferta de novos medicamentos no mercado brasileiro. Essa percepção destaca a morosidade regulatória como um entrave concreto à inovação e à saúde pública.

O estudo do Instituto Nexus também capturou a visão da população sobre possíveis mudanças no prazo de proteção patentária, atualmente fixado em 20 anos. As respostas indicam um temor generalizado sobre os efeitos negativos de um eventual encurtamento desse período:

  • 63% acreditam que reduzir o prazo de validade das patentes pode estimular a saída de empresas de saúde do país.
  • 61% afirmam que essa redução desestimularia a pesquisa e o desenvolvimento de medicamentos inovadores.
  • 59% reconhecem que encurtar o prazo diminuiria o acesso a tratamentos inovadores no mercado.
  • Outros 63% concordam que, quando o tempo de patente é assegurado em um país, novos tratamentos chegam mais rapidamente à população.

O caminho para o futuro: inovação protegida e ágil

Os resultados da pesquisa pintam um panorama claro: o brasileiro entende e valoriza a inovação como motor para a saúde do futuro, mas demanda que o ambiente regulatório seja ao mesmo tempo protetor da propriedade intelectual e ágil em sua tramitação. A combinação entre o amplo apoio ao investimento da indústria farmacêutica e a preocupação com a burocracia aponta para um consenso de que o país precisa aprimorar seus mecanismos para não apenas fomentar a criação de novas tecnologias, mas também garantir que elas cheguem aos cidadãos de forma célere.

O estudo, divulgado em 15 de dezembro de 2025, serve como um importante termômetro da opinião pública sobre um tema técnico, mas de profundo impacto no cotidiano de todos. Ele indica que, quando bem informada, a sociedade brasileira apoia a construção de um marco legal que incentive a pesquisa, atraia investimentos e, em última instância, garanta mais saúde e qualidade de vida para a população.