Um representante não identificado do governo dos Estados Unidos fez uma declaração otimista sobre as negociações para encerrar a guerra na Ucrânia. Segundo ele, 90% das diferenças entre a Ucrânia e a Rússia já foram resolvidas após intensas conversas realizadas no domingo (14) e nesta segunda-feira (15).
Progresso nas negociações e pontos de atrito
O representante americano afirmou que as tratativas entre os Estados Unidos, o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky e seus principais aliados europeus encurtaram consideravelmente a distância entre as partes em conflito. A avaliação é que os temas mais sensíveis estão, em sua maior parte, solucionados.
No entanto, um ponto crucial permanece em aberto: a soberania sobre os territórios atualmente ocupados pelas tropas russas. De acordo com a fonte americana, a decisão final sobre essas áreas caberá à Ucrânia. A agência Reuters informou que negociadores dos EUA pressionaram para que a Ucrânia retire suas tropas da região de Donetsk, uma exigência russa que também inclui Luhansk, para facilitar um cessar-fogo.
Garantias de segurança e envolvimento internacional
As conversas desta segunda-feira focaram nas garantias de segurança para a Ucrânia no pós-guerra. A proposta inclui uma cláusula similar ao Artigo 5 da Otan, que prevê uma resposta direta dos aliados em caso de um novo ataque russo. No domingo, o líder russo Vladimir Putin teria aberto mão de aderir à Otan em troca de garantias robustas de segurança para seu país.
O chanceler russo, Friedrich Merz, destacou uma "contribuição material notável" oferecida pelos Estados Unidos para essas garantias de segurança ucranianas, reafirmando que a questão territorial segue sendo a chave para um acordo. O presidente americano, Donald Trump, estaria satisfeito com o andamento das negociações e planeja ligar para Zelensky e líderes europeus ainda nesta segunda para tentar finalizar um pacto de paz.
Detalhes econômicos e alertas
Em meio às discussões, foi proposta a criação de uma "zona econômica livre" na região de Donetsk. Reuniões sobre o tema contaram até com a presença de representantes da gigante gestora de ativos Blackrock, indicando o planejamento para a reconstrução econômica.
O presidente Zelensky reconheceu que houve muito progresso nas difíceis conversas, mas fez um alerta: Vladimir Putin estaria utilizando os recentes ataques contra a Ucrânia para ganhar vantagem nas tratativas. Outro ponto de desacordo mencionado, mas não especificado, seria sobre "uma usina de energia", possivelmente a usina nuclear de Zaporizhzhia, que permanece sob controle russo.
O cenário, portanto, mistura otimismo cauteloso com desafios complexos. Enquanto os mediadores comemoram a resolução da maioria dos pontos, a definição sobre o status dos territórios ocupados e a segurança de longo prazo se mostram como os últimos e mais difíceis obstáculos para a paz.