Eis que surge mais um capítulo na novela do orçamento federal – e dessa vez o protagonista é ninguém menos que o Bolsa Família. O governo, numa jogada que já está dando o que falar, decidiu simplesmente congelar o valor do programa no próximo ano. Sim, você leu direito: zero de reajuste em 2026.
Parece piada, mas não é. Enquanto a inflação não dá trégua e o custo de vida só aumenta, milhões de famílias brasileiras podem ter que segurar a barra com o mesmo valor lá de 2025. Uma situação no mínimo… complicada.
Os Números que Preocupam
O projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) enviado ao Congresso Nacional prevê algo em torno de R$ 195 bilhões para o programa no ano que vem. Pode parecer muito – e é –, mas aqui vai o pulo do gato: é menos do que foi gasto este ano. Quase R$ 10 bilhões a menos, para ser exato.
E olha que o número de famílias atendidas não para de crescer. Atualmente, são mais de 23 milhões de lares dependendo desse auxílio para colocar comida na mesa. Como é que fica?
Ano Eleitoral: Coincidência ou Estratégia?
Ah, sim… 2026 é ano de eleição. Presidente, governadores, senadores – a festa democrática está marcada. Historicamente, governos costumam abrir os cofres nesses períodos. Mas parece que desta vez a música é outra.
Especialistas já estão de sobrancelha franzida. Congelar o benefício num momento tão sensível é, no mínimo, uma aposta arriscadíssima. Será que o governo está contando com o esquecimento eleitoral? Ou será pura restrição fiscal mesmo?
O Ministério do Planejamento, claro, defende a medida. Alegam que é necessário manter o controle dos gastos e garantir a sustentabilidade do programa a longo prazo. Um discurso técnico, impecável – mas que pouco conforta quem depende do dinheiro para sobreviver.
Além do Bolsa Família: O Que Mais Muda?
- Minha Casa, Minha Vida: Também sentiu o aperto. Redução de mais de R$ 3 bilhões nos recursos.
- Farmácia Popular: Quase R$ 200 milhões a menos para medicamentos.
- Merenda Escolar: Queda de mais de R$ 1 bilhão no orçamento.
Ou seja, o aperto é geral. E a conta, como sempre, vai parar no colo do mais pobre.
E Agora, José?
O projeto ainda vai passar por uma verdadeira maratona no Congresso. Deputados e senadores certamente vão querer mexer nesses números – afinal, ninguém quer chegar perto de 2026 com uma notícia dessas.
Mas uma coisa é certa: o sinal amarelo está aceso. O governo federal está mandando um recado claro de que a prioridade, pelo menos por enquanto, é o ajuste fiscal. O que isso significa para as famílias mais vulneráveis? Bom, só o tempo – e as urnas – dirão.
Enquanto isso, o jeito é acompanhar de perto e torcer para que a economia dê uma trégua. Porque se depender do orçamento, a corda vai apertar do lado de quem já está no limite.
