
Numa cena que misturava frustração visceral e teatro político, o senador Omar Aziz (PSD-AM) simplesmente explodiu. E não foi pouco. A sessão da CPI do INSS desta quarta-feira transformou-se num verdadeiro campo de batalha, com o presidente da comissão travando um embate direto — e perdendo feio.
O estopim? Uma votação crucial sobre a oitiva de uma testemunha. Aziz, convencido de seu poder de persuasão, defendeu com unhas e dentes a convocação. Mas os colegas senadores, num raro momento de união, simplesmente viraram as costas. A derrota foi esmagadora: 11 votos contra, apenas 4 a favor.
O momento da explosão
E aí, meu Deus. O que se viu foi um misto de raiva genuína e estratégia política. Aziz, com a voz carregada de uma indignação que parecia sair das entranhas, disparou: "Não aceito essa votação!". A frase, dita com uma convicção quase dramática, ecoou pela sala como um soco no estômago.
Não parou por aí. Ele questionou — com aquele tom de quem foi pessoalmente traído — a legitimidade do processo. "Como é que vamos trabalhar assim?", protestou, num misto de pergunta retórica e desabafo. A atmosfera ficou pesada, daquelas que você corta com faca.
Os bastidores do racha
O interessante — e talvez o verdadeiro motivo da fúria — é que a derrota não foi apenas numérica. Foi simbólica. Mostrou que o comando de Aziz sobre a CPI não é absoluto, longe disso. Os senadores demonstraram ter vontade própria, e isso, no jogo de poder do Congresso, é um recado mais forte que qualquer discurso.
Alguns analistas que acompanham o dia a dia de Brasília sussurram que a reação, ainda que intensa, pode ter um quê de encenação. Uma forma de marcar posição, mostrar força para sua base, mesmo na derrota. Afinal, política é também sobre percepção.
E agora, o que esperar?
O futuro dessa CPI promete — e como promete. Com um presidente claramente irritado e uma bancada disposta a contrariá-lo, os próximos capítulos devem ser turbulentos. Será que Aziz conseguirá retomar o controle? Ou essa foi a primeira rachadura de muitas?
Uma coisa é certa: o trabalho de investigação dos benefícios do INSS, que já era complexo, ganhou um novo e imprevisível ingrediente — o ego ferido de seu principal comandante. E em Brasília, quando ego e política se misturam, tudo pode acontecer.