Não é todo dia que uma figura pública some do radar justamente quando sua voz mais faria diferença. Damares Alves, aquela ministra que não saía dos holofotes, simplesmente evaporou-se do debate sobre o câncer. E olha que a gente tá falando de uma doença que ela conhece por dentro—literalmente.
Pois é. A ex-ministra, que sempre teve uma opinião pra tudo, agora guarda um silêncio quase absoluto sobre políticas públicas de combate ao câncer. Curioso, não? A mesma pessoa que transformou sua jornada pessoal com a doença em uma narrativa pública agora parece evitar o assunto como diabo foge da cruz.
Do Discurso à Realidade: O Abismo entre Falar e Fazer
Lembram quando Damares usou seu diagnóstico como plataforma? Pois é. Na época, foram discursos emocionados, promessas de lutar por melhorias, toda aquela comoção que a gente conhece bem. Só que—e aqui vem a parte triste—a realidade mostrou outra face.
Enquanto ocupava o cargo, suas ações concretas foram… bem, modestas. O programa "Prevenção Qualifica", que era pra ser sua grande obra, mal saiu do papel. E os recursos? Ah, esses ficaram majoritariamente no campo das intenções.
O Silêncio que Fala Mais Alto que Palavras
O que mais intriga—e até preocupa—é esse mutismo atual. Tipo, cadê a Damares que a gente viu lutando? A doença não escolhe lado político, e a voz dela poderia estar fazendo a diferença agora mesmo.
Mas não. O máximo que se ouve são ecos distantes de sua recuperação. Nada sobre acesso a tratamento, nada sobre filas no SUS, nada sobre as milhares de pessoas que enfrentam a mesma batalha que ela travou.
Um Legado de Promessas não Cumpridas
Detalhe cruel: durante sua gestão, o Ministério da Mulher, Família e Direitos Humanos executou apenas 0,5% do orçamento destinado à Política Nacional de Prevenção à Violência contra as Mulheres. Zero vírgula cinco! É número pra cair de costas.
E o tal programa de prevenção ao câncer? Bom, esse ficou mesmo só no campo das ideias. Das 27 unidades da federação, apenas oito manifestaram interesse. O resto… bem, o resto ficou no vácuo.
O que Esperar do Futuro?
Agora, com ela fora do governo, a pergunta que fica é: será que vamos ouvir Damares falando sobre câncer de novo? Ou sua batalha pessoal vai ficar guardada a sete chaves, longe dos holofotes que ela tanto cultivou?
É uma pena, sabe? Porque independente de posicionamento político, a voz de quem viveu na pele o drama do câncer poderia fazer uma diferença real. Mas parece que alguns discursos—como alguns tratamentos—são só para consumo próprio.
Enquanto isso, milhões de brasileiros continuam esperando por políticas sérias, por acesso a tratamento digno, por um sistema de saúde que funcione. E o silêncio de quem poderia fazer barulho… bem, esse silêncio dói mais que muitos discursos.
