Campo de Santana no Rio pode virar negócio privado — entenda a polêmica
Campo de Santana pode ser concedido à iniciativa privada

O coração verde do Centro do Rio pode ganhar novos donos — pelo menos por um tempo. A Prefeitura, numa jogada que pegou muitos de surpresa, tá estudando passar a gestão do Campo de Santana para mãos privadas. E olha que o parque não é qualquer um: são 155 mil m² de história, capivaras e aquele ar de refúgio no meio do caos urbano.

Segundo fontes do governo municipal, a ideia é que a concessão dure uns 25 anos — tempo suficiente pra quem assumir botar a mão na massa (e no bolso) pra revitalizar o espaço. "É uma forma de preservar sem pesar nos cofres públicos", justifica um assessor, enquanto pisa num monte de folhas secas do parque.

Entre a cruz e a caldeirinha

De um lado, tem quem ache genial: "Tá caindo aos pedaços! Se a iniciativa privada puder cuidar melhor, por que não?", dispara uma senhora que frequenta o local desde os anos 80. Do outro, os críticos torcem o nariz: "Vão comercializar até o ar que a gente respira aqui", protesta um estudante de arquitetura, segurando um cartaz contra a "privatização do convívio".

O modelo lembra o do Parque Madureira, que desde 2017 é gerido por uma concessionária. Só que o Campo de Santana tem um detalhe: é tombado pelo IPHAN desde 1968. E aí? Dá pra mexer? Especialistas em patrimônio histórico já começaram a esfregar as mãos — alguns de preocupação, outros de curiosidade.

O que pode mudar

  • Banheiros que não parecem cenário de filme de terror
  • Quiosques com preços que não doam no bolso
  • Segurança que aparece antes do roubo
  • Eventos culturais (e quem sabe até um café decente)

Mas calma lá! Antes que alguém pense em construir um shopping a céu aberto, a prefeitura garante: "O caráter público será mantido". Só não explicou direito como. O edital — que ainda tá no forno — vai definir os limites do que pode ou não ser feito nesse pedaço de história ao lado da Central do Brasil.

Enquanto isso, as capivaras continuam impassíveis, mastigando grama como se nada estivesse prestes a mudar. Será que elas sabem algo que a gente não sabe?