
O centro de Manaus virou palco de tensão nesta quarta-feira, quando dezenas de vendedores informais se reuniram para protestar contra uma megaoperação da prefeitura na região. A cena — caótica, barulhenta e cheia de emoção — mostrou o descontentamento de quem depende das ruas para colocar comida na mesa.
"É fácil chegar com máquina e tirar nosso ganha-pão", disparou Maria do Carmo, 54 anos, que há décadas vende artigos religiosos na Praça da Matriz. As mãos calejadas seguravam um cartaz improvisado: "Queremos trabalhar, não esmola!".
Operação x sobrevivência
Segundo fontes da Secretaria Municipal de Ordem Pública, a ação visava "coibir excessos" e reorganizar o comércio na área. Mas os ambulantes — esses personagens tão típicos da paisagem urbana manauara — enxergam a coisa de outro jeito.
- Mais de 150 barracas desmontadas
- 5 caminhões de materiais apreendidos
- Nenhuma prisão registrada
"Tá virando moda pegar no pé do pequeno", reclamou um senhor que preferiu não se identificar, enquanto recolhia mercadorias derrubadas no asfalto quente. O clima? De revolta morna, daquelas que fervem devagar.
Do outro lado do balcão
A prefeitura, é claro, tem sua versão. Em nota oficial (daquelas cheias de juridiquês), alegam que a operação busca "garantir acessibilidade e segurança" no centro histórico. Dizem ainda que ofereceram alternativas — mas aí já é outra história que os camelôs contam diferente.
Enquanto isso, nas redes sociais, a polêmica esquenta:"Cadê essa turma quando o assunto é bancada corporativa?" — postou um perfil anônimo."Direito de uns vs. direito de outros" — filosofou outra internauta.
O certo? Que a briga por espaço na selva de pedra manauara promete novos capítulos. E você, de que lado fica nessa história?