O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, declarou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o ex-presidente Jair Bolsonaro lamentou a derrota nas eleições de 2022, mas não articulou nenhum golpe de Estado. O depoimento ocorreu nesta quarta-feira (15) como parte das investigações sobre os atos antidemocráticos de 8 de janeiro.
Segundo Tarcísio, Bolsonaro teria dito que "aceitou o resultado das urnas", embora tenha questionado a lisura do processo eleitoral. O governador negou qualquer envolvimento em supostos planos golpistas e afirmou que não houve conspiração organizada para manter o ex-presidente no poder.
O contexto do depoimento
A convocação de Tarcísio pelo ministro Alexandre de Moraes ocorre no âmbito do inquérito que apura os ataques às sedes dos Três Poderes. O governador foi secretário de Infraestrutura no governo Bolsonaro e mantém laços políticos com o ex-presidente.
Durante o interrogatório, Tarcísio destacou que:
- Nunca participou de reuniões sobre intervenção militar
- Considera as eleições de 2022 legítimas
- Condenou os atos de vandalismo de 8 de janeiro
Repercussão política
O depoimento ocorre em um momento delicado para Tarcísio, que tenta equilibrar sua relação com Bolsonaro e ao mesmo tempo demonstrar compromisso com as instituições democráticas. Analistas políticos avaliam que o governador busca se distanciar do radicalismo sem perder o apoio da base bolsonarista.
O caso continua sob sigilo no STF, mas fontes próximas ao processo indicam que o depoimento foi transparente e colaborativo, sem grandes conflitos com os ministros.
