Justiça barra demolição de casas em Santo Antônio do Descoberto — entenda o caso
Justiça barra demolição de casas em Santo Antônio do Descoberto

Era pra ser um dia de caos e tratores. Mas, contra todas as expectativas, as casas da Fazenda Antinha de Baixo continuam de pé — pelo menos por enquanto. A Justiça deu um freio de arrumação na operação de reintegração de posse que ameaçava deixar dezenas de famílias literalmente no olho da rua.

Não foi sem suor. Os moradores — muitos ali há mais de década — passaram a noite em claro, com o coração na mão. "A gente virou estatística de despejo todo mês", conta Dona Maria, 62 anos, enquanto arruma os potes de plástico que já estavam prontos pra mudança forçada.

O pulo do gato judicial

O juiz responsável pelo caso — que, diga-se, tá mais enrolado que novelo de gato — entendeu que a situação exigia "análise mais detida". Traduzindo: tem coisa fedendo nesse processo todo. A defesa das famílias argumentou vícios formais na ação de reintegração, e o magistrado comprou a briga (por enquanto).

Do outro lado, os supostos proprietários da área — esses sim com documentos na mão — berram que tão sendo prejudicados por "invasores profissionais". Só que aí é que tá: tem família que jura de pés juntos que comprou o lote direitinho, ainda que sem papel passado. O velho Brasil de sempre, né?

E agora, José?

A decisão é liminar — ou seja, temporária como chuva de verão. Enquanto isso:

  • A Defensoria Pública prepara contra-ataque com laudos antropológicos
  • O MP vai catar até pedra no rio pra verificar irregularidades no processo
  • Os moradores seguem na corda bamba entre alívio e medo

E você, o que acha? Até que ponto o direito à moradia pesa mais que títulos de propriedade? Enquanto a briga judicial esquenta, as crianças da Antinha de Baixo continuam brincando no mesmo barro que pode virar poeira de trator a qualquer momento. Ironia ou Brasil?