
Imagine um tribunal onde os juízes são sombras — sem rosto, sem nome, sem identidade. Pois é, isso não é roteiro de série distópica, mas realidade em Santa Catarina. O novo sistema, que permite magistrados atuarem no anonimato, está causando rebuliço no meio jurídico e além.
Afinal, como confiar em decisões de alguém que você nem sabe quem é? A coisa cheira a contradição — num país que tanto clama por transparência na Justiça. Os defensores do modelo argumentam que a medida protege os juízes de pressões externas. Mas será mesmo?
O lado obscuro da justiça
Detalhes do funcionamento desse tribunal peculiar são tão nebulosos quanto a identidade de seus julgadores. Sabemos que:
- Processos são analisados digitalmente
- Decisões saem sem assinatura identificável
- Até recursos são julgados pelo mesmo sistema
"É como jogar xadrez com um oponente invisível", dispara um advogado que preferiu não se identificar — ironia das ironias.
Transparência ou proteção?
O Conselho Nacional de Justiça já está de olho no caso. Enquanto isso, nas redes sociais, a polêmica esquenta:
- Para uns, é inovação necessária
- Para outros, retrocesso perigoso
- E tem quem ache que o problema nem é esse...
O certo? Que o debate sobre até onde vai a privacidade de quem julga — e o direito de saber quem nos julga — está longe de terminar. Santa Catarina pode ter acabado de criar o primeiro capítulo de uma longa novela jurídica.