
E aí, o que era pra ser mais um capítulo no já turbulento processo envolvendo o juiz Rodrigo Carvalheira acabou não rolando. A tal audiência marcada para esta segunda-feira (8) simplesmente não aconteceu. Foi suspensa. E agora? O clima no Fórum Thomaz de Aquino, no Recife, era de pura expectativa frustrada.
A defesa da mulher – aquela que teve a coragem de levantar a voz e acusar o magistrado de tê-la constrangido durante um depoimento – não perdeu tempo. Imediatamente, partiu para o ataque. Quer celeridade, rapidez, um desfecho que não se arraste pelos corredores da justiça. Eles entraram com um pedido formal, sabe? Exigindo que o andamento do processo acelere. Porque tempo, nesses casos, é mais do que dinheiro: é justiça ou esquecimento.
O Cenário por Trás dos Bastidores
O problema todo começou naquela audiência anterior, que já foi um verdadeiro campo minado. A vítima, cujo nome a gente preserva, se sentiu intimidada, pressionada, encurralada pelas perguntas do juiz. Daí veio a denúncia. E o caso, é claro, parou na Corregedoria do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE). Agora, a defesa do juiz alega que precisa de mais tempo para analisar um laudo pericial. Um laudo! Como se a palavra de quem sofreu o constrangimento não valesse por si só.
Não é de hoje que a morosidade da justiça tira o sono de quem busca reparação. E aqui, meus amigos, a demora parece ter um gosto ainda mais amargo. A defensora pública Mariana Bezerra, que representa a queixosa, foi enfática: "A morosidade processual gera descrença na população". E como gera. É como esperar por um trem que nunca chega.
E Agora, José?
Com a suspensão de hoje, tudo fica ainda mais no ar. A próxima data? Uma incógnita. O desfecho? Algo que ninguém ousa prever. Enquanto isso, a vítima segue na expectativa, e o processo… bem, o processo segue seu ritmo lento, burocrático, quase doloroso.
O que me deixa pensando é o seguinte: até quando? Até quando a justiça vai levar para ouvir quem mais precisa ser ouvido? O caso é emblemático, cheira a poder versus vulnerabilidade. E no meio disso tudo, a esperança de um veredito justo parece balançar, mas não cai.
Fica o registro. E o alerta. A sociedade observa, perplexa, mais um round desse embate judicial que, sinceramente, já deveria ter tido um vencedor claro: a verdade.