
Eis que o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal, deu um basta numa treta que tá dando o que falar nos bastidores do poder. Numa canetada seca, ele negou o pedido pra estender a anulação de atos da Lava Jato ao ex-governador do Rio, Sergio Cabral. E olha que o clima já tava pegando fogo...
Pra quem não tá ligado no rolo: Toffoli já tinha anulado algumas provas da operação, mas agora deixou claro que essa bagunça toda não vai respingar no caso Cabral. O ex-mandatário, que já tá com a ficha mais suja que pneu de caminhão na estrada de terra, continua com as condenações firme e forte.
O que isso significa na prática?
Traduzindo pra miúdos: enquanto outros políticos conseguiram reverter processos graças a decisões anteriores do STF, Cabral vai ter que continuar encarando a cadeia. São nada menos que 200 anos de pena somados em várias condenações - número que dá até vertigem.
Os advogados do ex-governador tentaram argumentar que, se tem gente saindo ilesa por aí, seu cliente também merecia o mesmo tratamento. Mas Toffoli não comprou a ideia. Na visão dele, cada caso é um caso, e as irregularidades nos processos do Cabral não seriam do mesmo tipo que levaram à anulação em outras situações.
Repercussão política
O timing dessa decisão é no mínimo curioso. Numa semana em que o STF parece um campo minado político, com decisões que deixam todo mundo nervoso, Toffoli preferiu não abrir mais essa caixa de Pandora. Especialistas ouvidos pelo G1 dizem que a medida evita um efeito dominó que poderia colocar em xeque todo o legado da Lava Jato.
Do outro lado, tem quem ache que o ministro tá sendo seletivo. "É como se algumas pessoas tivessem passe livre nesse circo jurídico, enquanto outras continuam no prego", soltou um analista político que preferiu não se identificar. Mas será mesmo?
O certo é que essa novela ainda vai render muitos capítulos. Enquanto isso, Cabral continua no xilindró, e a política brasileira segue sua sina de nunca ter um dia sem polêmica. Como diz o ditado: no país do futebol e do carnaval, até a Justiça parece dançar ao som de um samba-enredo complicado.