
O clima em Brasília está longe de ser amistoso. Depois daquela quinta-feira, o que se vê nos corredores do Supremo é um silêncio pesado, do tipo que precede tempestade. Os ministros, segundo fontes próximas, estão verdadeiramente irritados. E o alvo? Nada mais nada menos que o governador paulista, Tarcísio de Freitas.
O estopim foi o discurso dele durante as comemorações do 7 de Setembro. Em vez de um tom conciliador, o que ecoou foram palavras duras, vistas como um ataque frontal ao STF. Um verdadeiro desafio, que não passou batido. Os togados interpretaram como uma escalada perigosa, uma provocação desnecessária que só joga lenha na fogueira da instabilidade política que a gente já vive.
E agora, o que esperar? A bola, aparentemente, está com Tarcísio. O sentimento que predomina entre os ministros é de expectativa. Eles não querem mais conflito, mas esperam – veja bem, esperam mesmo – uma retratação. Um sinal claro de que o governador quer baixar a bola e restabelecer um diálogo civilizado. Algo que vá além das palavras e mostre um real interesse em acalmar os ânimos.
O problema é que isso não é sobre um mero desentendimento. É muito maior. Trata-se de um embate direto entre um governador de um estado crucial e a mais alta corte do país. Uma crise de comunicação que reflete a profunda polarização que toma conta do Brasil. O receio de muitos é que esse tipo de atrito minue ainda mais a já frágil credibilidade das instituições perante o público.
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Ninguém tem uma bola de cristal, mas é possível fazer um palpite. Se a retratação não vier – e vir de forma convincente –, a tendência é que a situação se agrave. O Supremo tem ferramentas para responder, e ninguém quer ver essa disputa se transformar numa guerra judicial aberta. Seria desgastante para todos, principalmente para a população.
Por outro lado, um gesto de moderação de Tarcísio poderia ser o caminho para destravar esse nó. Um simples movimento para resfriar os ânimos e recolocar o debate nos eixos institucionais. Afinal, governar é também saber ceder no momento certo.
Enquanto isso, o país observa. E torce para que o bom senso prevaleça sobre o calor do momento. Porque no fim das contas, todos perdem quando as instituições brigam entre si.