
Era quase meio-dia quando o clima de tensão começou a se dissipar. Depois de horas que pareceram intermináveis — com direito a discursos inflamados e muito bate-boca —, a oposição finalmente decidiu encerrar o protesto que mantinha o plenário do Senado refém. O que começou como um ato político virou um verdadeiro cabo de guerra, e o prejuízo? Ah, esse foi grande: sessões canceladas, pautas emperradas e um monte de gente com a pulga atrás da orelha.
Não foi um dia qualquer, não. Os ânimos estavam tão exaltados que até os seguranças ficaram de cabelo em pé. De um lado, senadores da base governista tentando negociar; do outro, a oposição firme no pedido de mais transparência em uma votação polêmica. "A gente não sai daqui até ser ouvido", ameaçou um dos parlamentares, enquanto ajustava o microfone com um gesto dramático. E não saíram mesmo — pelo menos não por um bom tempo.
O estopim da crise
Tudo começou com aquela história que ninguém entende direito, mas todo mundo tem uma opinião. Um projeto controverso, uma manobra de última hora e, pronto: o pavio foi aceso. A oposição acusou o governo de querer "empurrar goela abaixo" uma medida sem debate. O governo, claro, negou. "Isso é histeria", rebateu um líder governista, enquanto mexia no celular com ar de quem estava perdendo a paciência.
O plenário, que normalmente parece uma sala de espera de dentista — cheio de gente olhando para o relógio —, de repente virou um reality show. Teve até momento em que parecia que ia virar briga de verdade, com uns senadores quase se pegando no tapa. Só faltou o "Big Brother Brasil" mandar uma câmera para transmitir ao vivo.
E agora, José?
Com o plenário liberado, a pergunta que fica é: o que vai acontecer com a tal votação? Uns dizem que vai ser adiada, outros juram que o governo vai tentar de novo. "Isso aqui não acabou", resmungou um assessor enquanto arrumava suas pastas. E ele pode estar certo — na política brasileira, quando a poeira assenta, é só porque tem mais vento vindo.
Enquanto isso, Brasília respira aliviada... por enquanto. Porque todo mundo sabe que, nessa cidade, o circo pode pegar fogo de novo a qualquer momento. E quando pega, é sempre com direito a pipoca e plateia.