
O Paraná político está parecendo aquela panela de pressão prestes a apitar. E no centro dessa turbulência toda, Sergio Moro, ex-juiz e agora candidato, tenta segurar as pontas de uma dianteira que escorre pelos dedos. Não é moleza.
Quem diria, não é mesmo? Há poucos meses, Moro parecia um foguete rumo ao governo estadual. Agora, a coisa ficou bem mais embaçada. As pesquisas internas dos partidos – aquelas que a gente só fica sabendo por baixo dos panos – mostram que a vantagem dele sobre seus principais concorrentes não é mais tão confortável. E olha que estamos falando de nomes pesados: Beto Richa (PSDB), Ratinho Junior (PSD) e Requião (PT).
O Xadrez Partidário e a Dança das Cadeiras
O grande problema, veja bem, é que o tabuleiro político paranaense virou um jogo de xadrez com peças que se movem sozinhas. O PODEMOS, partido de Moro, está numa sinuca de bico. Eles precisam decidir se vão mantê-lo como candidato ao governo ou se jogam todas as fichas numa aliança com o PL, o partido do Bolsonaro, apoiando um nome único. Só que tem um detalhe: essa aliança pode custar caro, tipo, muito caro em termos de espaço na chapa.
E não para por aí. O próprio UNIÃO (sim, a legenda do Bolsonaro) está fazendo suas continhas. Eles avaliam lançar um candidato próprio, o que fragmentaria ainda mais o campo de direita. É tanta sigla que até o mais experiente cabeleireiro de velho político se perde.
As Préviàs: Um Tiro no Escuro?
Aqui entra uma jogada arriscada. Para tentar resolver esse imbróglio, fala-se seriamente em realizar prévias eleitorais. Imagine só: uma eleição antes da eleição para definir quem será o candidato da direita. Soa democrático, né? Mas na prática é uma bomba-relógio.
É que as prévias têm um custo altíssimo – estamos falando de milhões de reais – e um desgaste político imenso. E o pior: não há nenhuma garantia de que o vencedor saia fortalecido. Pode ser que saia até mais machucado da briga. É como colocar dois lutadores no ringue e torcer para que ambos sobrevivam para a luta principal. Improvável.
E no meio disso tudo, Moro precisa fazer malabarismos. De um lado, manter sua base de apoiadores fiéis, aqueles que o veem como o herói da Lava Jato. Do outro, tentar atrair um eleitorado mais amplo, que pode não ter muita simpatia por essa imagem. É uma linha tênue, e ele está caminhando sobre ela de salto alto.
O que Esperar dos Próximos Capítulos?
A verdade é que ninguém tem uma bola de cristal para o Paraná. A eleição estadual está completamente ligada ao cenário nacional. Qualquer espirro em Brasília vira um tsunami em Curitiba. A popularidade de Lula e Bolsonaro vai ditar o ritmo dessa corrida.
Moro, por enquanto, ainda é o favorito. Mas é aquele favorito que olha para trás a cada dois passos. A dianteira existe, mas está longe de ser uma vitória garantida. A confusão partidária, as possíveis prévias e a sombra das eleições presidenciais criam um cenário tão complexo que até os mais otimistas estão com um pé atrás.
Resumindo a ópera: a corrida eleitoral no Paraná está mais emocionante e imprevisível do que um jogo de futebol no último minuto. E Sergio Moro, que começou na frente, agora precisa correr muito mais – e com mais inteligência – para não ser engolido pela confusão. Vamos acompanhar.