
O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, não perdeu tempo. Nem papas na língua. Nesta quarta-feira, ele rebateu com aquela mistura de ironia fina e rigor técnico que já virou sua marca registrada as acusações feitas pela deputada Janaina Paschoal (PRTB-SP).
A coisa começou quando Janaina, em entrevista, soltou a bomba: disse que Moraes estaria atuando como "relator de um crime contra si mesmo" no processo que investiga supostos ataques ao sistema eleitoral. Uma acusação grave, que não ficaria sem resposta.
E a resposta veio. Na sessão do STF, Moraes foi direto ao ponto, quase cortando o ar. "Não sou relator de crime contra mim mesmo", afirmou, secamente. Mas não parou por aí. Explicou, com aquela paciência de quem já repetiu o argumento mil vezes, que o processo em questão é eleitoral, não criminal. Detalhe crucial, né?
O ministro ainda lembrou que, no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a relatoria é definida por sorteio. Uma questão de procedimento, de regra do jogo – nada de escolha pessoal ou manobra obscura. "A matéria é eleitoral, a competência é do TSE e a distribuição é por sorteio", reforçou, deixando claro que a acusação não só era infundada como demonstrava um desconhecimento básico do rito processual.
O recado foi dado, e não foi sutil. A troca de farpas – ou melhor, o rebate técnico de Moraes – joga luz sobre o clima acirrado que cerca o Judiciário e as investigações sobre a integridade das eleições. Um debate que, como se vê, está longe de esfriar.