
O clima em Brasília está longe de ser ameno. Hugo Motta, um deputado que não costuma falar para as paredes, soltou o verbo e direcionou um recado que ecoou pelos corredores do poder. O alvo? Nada menos que os ministros do Supremo Tribunal Federal.
E o tema é daqueles que pegam fogo: a possibilidade de anistiar os envolvidos nos atos de 8 de janeiro. Para Motta, a simples ideia é um absurdo que fere o cerne da democracia. Ele não usou meias palavras. Foi direto e duro, afirmando que esse perdão equivaleria a «chancelar a barbárie» – um verdadeiro tiro no pé para um Estado que se diz Democrático de Direito.
O Pulso Firme do Parlamentar
Numa entrevista que mais pareceu um manifesto, o parlamentar paraibano foi categórico. «Não cabe ao STF, isoladamente, reescrever a história ou apagar crimes graves com uma canetada», disparou. A fala dele não é só uma opinião solta; é um reflexo de um tensionamento brutal que está rolando entre o Legislativo e o Judiciário.
Motta vai além e joga a real: se o Supremo seguir por esse caminho, estará rasgando a própria Constituição que juram defender. E olha, ele não está sozinho nessa. Boa parte do Congresso observa com a respiração suspensa, temendo um precedente perigosíssimo. Imagina só: anistiar quem tentou derrubar instituições? O recado que isso passaria?
O Jogo de Poder por Trás das Cortinas
Nos bastidores, a conversa é outra. O que está em jogo não é apenas legalidade, mas uma disputa de narrativa e força. O deputado deixa claro que a Casa legislativa não vai ficar de braços cruzados. Se preciso for, o Congresso vai travar essa decisão – e fará isso usando a própria Carta Magna como escudo e espada.
É uma daquelas encruzilhadas históricas. De um lado, um Judiciário tentando expandir seus limites; de outro, um Legislativo pronto para travar o jogo. Motta praticamente desenhou a linha: «Há uma fronteira que não pode ser ultrapassada». E ele parece disposto a defender essa fronteira até as últimas consequências.
O que mais assusta é o timing. O país ainda está se recuperando dos traumas daqueles eventos violentos, e uma medida dessas poderia reabrir feridas que mal começaram a cicatrizar. Seria um passo atrás gigantesco – uma concessão à intolerância e ao caos.
No fim das contas, a bola está com o STF. Eles vão ceder à pressão política de setores radicais ou vão manter a firmeza que a ocasião demanda? A resposta, todos esperam, deve vir logo. E não vai ser bonito de se ver.