
O ministro Gilmar Mendes soltou o verbo nesta quarta-feira, e não foi com meias palavras. A declaração dele sobre as sanções aplicadas à esposa do colega Alexandre de Moraes soou mais como um alerta incendiário do que uma mera opinião jurídica. "É de uma arbitrariedade sem tamanho", disparou, com aquela convicção que só quem está há décadas no Supremo Tribunal Federal pode ter.
O que está em jogo aqui, segundo Gilmar, vai muito além de uma disputa pontual. Ele enxerga nessas medidas contra a família de um ministro do STF um precedente perigosíssimo. Um daqueles casos que, se deixarmos passar, daqui a pouco ninguém mais está seguro. A intimidade das pessoas, a vida privada... tudo vira alvo.
Um Cenário que Preocupa
Não é de hoje que Gilmar Mendes mostra essa preocupação com o que chama de "excessos" na atuação de certos setores do Judiciário. Dessa vez, porém, o tom foi diferente. Mais urgente. Quase um desabafo. Ele não está sozinho nessa, diga-se de passagem. Bastou a notícia circular pelos corredores do poder para começar um burburinho difícil de ignorar.
O que me preocupa, sinceramente, é o silêncio de outros setores. Cadê as vozes que deveriam se levantar contra isso? Às vezes parece que estamos tão acostumados com as polêmicas que já nem nos assustamos mais. E isso é terrível.
As Implicações por Trás das Cenas
Analisando friamente – se é que isso é possível –, a movimentação de Gilmar Mendes sinaliza muito mais do que um mero descontentamento. É um recado claro para quem quer que esteja por trás dessas sanções. O Supremo não é um feudo onde vale tudo. Existem limites, e ele parece disposto a lembrar disso a todos.
O curioso é que, em tempos normais, uma declaração dessa magnitude já teria causado um terremoto político. Hoje, no entanto, corre o risco de se perder no mar de notícias absurdas que nos assolam diariamente. Que pena. Perdemos a capacidade de nos indignar com o que realmente importa.
Resta saber qual será o próximo capítulo dessa novela. Alguém arrisca um palpite? Eu, particularmente, duvido que fique por isso mesmo. Gilmar não é do tipo que fala só para fazer volume.