
O plenário do Supremo Tribunal Federal virou palco de um daqueles embates que ficam na história — e não foi sobre um processo importante, mas sobre como se fala durante as sessões. A coisa esquentou entre dois titãs do judiciário.
Num momento de tensão palpável, o ministro Luiz Fux — aquele mesmo da voz grave e postura impecável — resolveu dar uma lição de protocolo. Mas olha só como as coisas se desenrolaram...
O Incidente que Paralisou o Plenário
Fux não estava brincando em serviço. Ele interrompeu o colega Alexandre de Moraes com uma firmeza que fez todos na sala se endireitarem nas cadeiras. "Antes de prosseguir, vou me dirigir ao ministro Alexandre de Moraes", anunciou, como quem prepara o terreno para uma reprimenda necessária.
E então soltou: "Aqui não se concede aparte. Aqui se concede a palavra". A frase ecoou na sala silenciosa, cada palavra pesando como chumbo. Fux completou, explicando que o regimento interno exige formalidade — nada dessa informalidade de "apartes".
A Resposta que Viralizaria
Mas Moraes? Ah, Moraes não é daqueles que se intimida facilmente. Com uma calma que quase beirava a ironia, ele devolveu a bola com uma precisão cirúrgica que deixou todos boquiabertos.
"O aparte foi pedido a mim, ministro, e não a Vossa Excelência", rebateu, sem levantar a voz mas com uma firmeza inabalável. Foi um daqueles momentos em que o ar parece sair da sala — todo mundo segurando a respiração, esperando o que viria depois.
E veio mais: "E Vossa Excelência não pode impedir que eu conceda a palavra a quem me pede a palavra". Point made, como diriam os americanos.
O que Realmente Estava em Jogo
Por trás dessa troca de farpas aparentemente protocolares, havia muito mais em jogo. O regimento interno do STF — aquela coletânea de regras que parece chata mas é superimportante — estava sendo defendido com unhas e dentes por Fux.
Já Moraes, bem... Moraes defendia seu direito de conduzir a sessão como presidente. Dois pesos pesados, duas interpretações, e um plenário dividido entre torcer discretamente por um lado ou outro.
O curioso? Tudo isso aconteceu durante a discussão de um processo sobre... adivinhem? Direitos trabalhistas! Ironia das ironias, uma briga sobre como falar durante um debate sobre como trabalhar.
O Silêncio que Seguiu
Após o exchange histórico — porque sim, isso vai ficar nos anais do STF — o plenário continuou como se nada tivesse acontecido. Mas todo mundo ali sabia que tinha testemunhado algo especial.
Fux, sempre o formal, manteve sua postura digna. Moraes, igualmente profissional, seguiu conduzindo os trabalhos. Mas a tensão? Essa ficou pairando no ar como fumaça após um incêndio controlado.
E assim segue o Supremo — onde até as discussões sobre regras viram momentos de puro drama judicial. Porque no fundo, não se trata apenas de protocolo, mas de poder, respeito e a eterna dança de egos que acontece nos corredores do poder.