
Os céus e terras venezuelanos transformaram-se num palco bélico esta semana. E que espetáculo! Mísseis rugindo, tanques avançando e tropas em movimento sincronizado. Uma coreografia militar que, convenhamos, não passa despercebida.
O governo de Nicolás Maduro chamou a atenção mundial com esses exercícios militares de grande porte. Mas será que isso é realmente sobre capacidade defensiva? Ou estamos vendo aquela velha tática do "quanto mais fraco você é, mais alto precisa gritar"?
O teatro geopolítico
Analistas internacionais — gente que entende dessas coisas — estão praticamente unânimes: isso é pura propaganda. E das boas! Rafael Uzcátegui, coordenador da ONG Provea, não hesita: "É uma encenação para consumo interno e externo". Basicamente, Maduro tentando mostrar músculos que talvez nem existam.
E os detalhes? Ah, os detalhes são deliciosamente reveladores:
- Manobras com mísseis antiaéreos e antinavio (para quem, exatamente?)
- Exercícios com tanques T-72 e veículos blindados (que provavelmente precisam de manutenção)
- Simulações de defesa costeira (como se alguém estivesse planejando invadir)
O contexto que muda tudo
Aqui está o que muitos estão ignorando: essas manobras coincidem perfeitamente com a visita de uma delegação estadunidense à Guiana. Conveniente, não? Quase como uma criança fazendo birra quando os pais prestam atenção em outro.
Carlos Romero, cientista político da Universidade Central da Venezuela, foi direto ao ponto: "É uma mensagem para os Estados Unidos". Mas será que alguém em Washington está realmente prestando atenção? Ou estão apenas dando de ombros?
A crise por trás do teatro
Enquanto isso, a realidade venezuelana continua… bem, venezuelana. A economia? Um desastre. A infraestrutura militar? Duvidosíssima. E o povo? Ah, o povo continua sofrendo as consequências de décadas de má gestão.
Não me entendam mal — as Forças Armadas venezuelanas têm seu valor. Mas especialistas questionam seriamente a capacidade operacional real por trás desse espetáculo pirotécnico. É como aquele carro tunado que faz barulho mas não passa de 60 km/h.
O jogo das percepções
No fundo, tudo se resume a uma guerra de narrativas. Maduro precisa projetar força — especialmente depois de tantas derrotas eleitorais regionais e o fracasso retumbante do referendo sobre a Guiana Essequiba.
E os EUA? Continuam sua política de "pressão máxima", agora com eleições presidenciais se aproximando. Uma dança delicada onde cada movimento é calculado — ou pelo menos deveria ser.
No grande xadrez geopolítico, a Venezuela está fazendo seu movimento. Resta saber se é um lance brilhante ou mais um blefe desesperado.