
O ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebeu nesta terça-feira o presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, em um encontro marcado por tensões prévias. A reunião ocorre meses após Trump acusar publicamente o governo sul-africano de cometer genocídio contra fazendeiros brancos no país.
As declarações polêmicas, feitas em 2018, geraram mal-estar diplomático entre as nações. Na época, Trump pediu ao então secretário de Estado, Mike Pompeo, que investigasse "assassinatos em massa e expropriações de terras" na África do Sul.
Encontro sob olhares atentos
Analistas políticos destacam que o encontro entre os dois líderes foi cercado de formalidades, mas não escondeu o desconforto entre as partes. Fontes próximas à comitiva sul-africana relataram que Ramaphosa manteve postura firme durante as conversas.
"O presidente sul-africano deixou claro que as acusações de Trump são infundadas e prejudicam as relações bilaterais", comentou um observador internacional presente ao evento.
Contexto das polêmicas
A tensão remonta à reforma agrária proposta pelo governo da África do Sul, que busca redistribuir terras historicamente concentradas na população branca. Trump interpretou a medida como um ataque direto aos fazendeiros brancos, usando termos como "genocídio" em suas declarações.
Especialistas em direitos humanos, porém, afirmam que não há evidências de genocídio sistemático no país. "Trata-se de um processo complexo de reparação histórica, não de extermínio étnico", explica a professora de Relações Internacionais da USP, Maria Fernanda Barros.
Repercussão internacional
O encontro entre Trump e Ramaphosa já gera debates sobre o futuro das relações EUA-África do Sul. Enquanto alguns veem a reunião como oportunidade de reconciliação, outros acreditam que as feridas abertas pelas acusações ainda demandam tempo para cicatrizar.
O Departamento de Estado americano emitiu nota afirmando que "os EUA continuam comprometidos com parceria estratégica com a África do Sul", mas evitou comentar especificamente sobre as declarações anteriores de Trump.