Vice-prefeito de Cunha, Ilson Ledoino, morre aos 65 anos — cidade do interior de SP está de luto
Vice-prefeito de Cunha, SP, morre aos 65 anos

O coração da serra da Mantiqueira parece bater mais devagar neste sábado. Aos 65 anos, Ilson Ledoino — vice-prefeito de Cunha e um daqueles políticos que realmente conhecia cada rosto, cada história das ruas que representava — partiu de repente, deixando não apenas um cargo vago, mas um vácuo genuíno na vida pública municipal.

Não foi uma despedida anunciada. Segundo fontes próximas à família, tudo aconteceu de maneira súbita, sem que houvesse tempo para preparativos ou últimos adeus. A notícia se espalhou pela cidade como um choque, um daqueles golpes que a gente leva no peito e demora a digerir.

Um homem da terra, um servidor público

Ledoino não era apenas um nome na cédula eleitoral. Era presença constante. O tipo de político que você encontrava no mercadinho no sábado de manhã, que lembrava do seu filho pequeno e perguntava pela chácara da família. Governava com as portas — e os ouvidos — abertos.

Seu trabalho à frente da vice-prefeitura, muitas vezes longe dos holofotes, focava justamente no que importa: infraestrutura local, apoio aos pequenos produtores rurais e uma gestão que priorizava pessoas, não números. Algo raro nos dias de hoje, não é mesmo?

O silêncio no gabinete

A prefeitura municipal já se pronunciou — ainda que com a voz embargada. Em nota oficial, reconheceu a "dedicação exemplar" de Ledoino e decretou luto oficial por três dias. Bandearias a meio-mastro, sessões suspensas, um silêncio respeitoso onde antes havia o burburinho da administração pública.

E agora? O que acontece com a vice-prefeitura? A legislação é clara: em casos como esse, uma nova indicação será feita pela câmara de vereadores, seguindo os ritos democráticos. Mas ninguém quer pensar em sucessão política agora. O momento é de lembrar, não de substituir.

Ilson deixa esposa, filhos, netos — e uma cidade inteira que chora junto. Nas redes sociais, o que não faltam são depoimentos emocionados. "Homem bom", "sempre disposto a ajudar", "um amigo". Coisas simples, mas que dizem mais que qualquer título ou condecoração.

Nestes tempos de polarização e gritaria, a história de Ilson Ledoino nos lembra uma verdade essencial: a política, no seu melhor, é sobre cuidado. Sobre servir. E é assim que ele será lembrado — não por cargos ou mandatos, mas pelo que construiu com as próprias mãos e pelo respeito que conquistou com seu caráter.

Descanse em paz, seu Ilson. Cunha não será a mesma sem você.