Não é de hoje que Donald Trump gosta de bater na mesma tecla — e dessa vez o alvo foi, de novo, o Federal Reserve. O ex-presidente americano, sempre cheio de opiniões (e sem filtro para expressá-las), soltou mais uma crítica bombástica contra o banco central dos EUA e seu presidente, Jerome Powell.
"Estão matando nossa competitividade com esses juros altos", disparou Trump, em um daqueles comentários que fazem os economistas torcerem os narizes. O republicano, que nunca foi de seguir protocolos, insistiu que o Fed deveria "cortar as taxas já" para evitar que a economia americana "vire um carro desgovernado".
O jogo de culpas continua
Numa mistura de economia com politicagem — porque com Trump tudo vira briga —, o ex-mandatário ainda deu uma espetada no atual governo Biden. Segundo ele, a equipe econômica da Casa Branca estaria "assistindo de braços cruzados" enquanto o Fed "sufoca" o crescimento com políticas monetárias restritivas.
E não para por aí. Trump, que durante seu governo indicou o próprio Powell para o cargo, agora diz que o presidente do Fed "não tem pulso" para enfrentar a inflação sem "estrangular" o mercado. Ironicamente, foi justamente sob a gestão Trump que o banco central começou a subir os juros...
Os números da discórdia
- Taxa básica de juros nos EUA: 5,25%-5,50% (maior patamar em 22 anos)
- Inflação anual: 3% (ainda acima da meta de 2%)
- Crescimento do PIB: desacelerando para 1,6% no 1º trimestre
Enquanto economistas debatem se o Fed deve mesmo afrouxar a política monetária, Trump — que nunca foi paciente — já deu seu veredito: "Estão esperando o cavalo fugir para fechar o estábulo". A metáfora, típica do seu estilo direto (e às vezes simplista), reflete a pressão política que vem exercendo.
O que mais chama atenção é o timing. Com as eleições americanas se aproximando, cada movimento do Fed vira peça no tabuleiro político. E Trump, mestre em transformar complexidades econômicas em slogans, sabe bem como usar isso a seu favor.
Será que desta vez o Fed vai ceder à pressão? Difícil dizer. Powell, conhecido por sua teimosia técnica, já deixou claro que decisões serão baseadas em dados — e não em tuítes. Mas com Trump no jogo, nunca se sabe...
