
Não é todo dia que uma delegação de peso cruza o Atlântico com uma missão tão delicada. Na bagagem, além das malas, uma série de argumentos para tentar desarmar uma bomba comercial que pode afetar diretamente o bolso do brasileiro.
Pois é, Washington recebeu nesta sexta-feira (26) um grupo de senadores brasileiros — alguns deles veteranos em negociações internacionais, outros estreantes nesse tabuleiro geopolítico. O clima? Tensão moderada com pitadas de otimismo.
O que está em jogo
Aquela história das tarifas que Trump ameaçou impor — e que podem virar realidade se nada for feito — está deixando todo mundo com os nervos à flor da pele. E não é para menos: segundo cálculos preliminares, os impactos podem ser equivalentes a um rombo de US$ 5 bilhões nas exportações brasileiras.
"É como jogar xadrez com peças que mudam de lugar sozinhas", comentou um assessor que preferiu não se identificar. "A cada movimento, novas variáveis aparecem."
Quem está na linha de frente
- Senador A (PSDB) — especialista em relações comerciais
- Senadora B (MDB) — ex-ministra da Indústria
- Senador C (PL) — líder da bancada ruralista
Curiosamente, a agenda inclui não só reuniões formais no Capitólio, mas também encontros discretos com lobistas e representantes do agronegócio americano — esses últimos, aliás, tão preocupados quanto nós com os possíveis desdobramentos.
O calendário de negociações
Segunda-feira promete ser decisiva:
- 9h: Café da manhã com congressistas republicanos
- 11h30: Reunião fechada no Departamento de Comércio
- 15h: Coletiva improvisada nos jardins da embaixada
"Temos de estar preparados para tudo", admitiu um dos parlamentares enquanto ajustava o gravata antes de descer do avião. "Desde um acordo razoável até... bem, digamos que o plano B não é dos mais animadores."
Enquanto isso, em Brasília, o Itamaraty monitora cada passo com a atenção de um felino prestes a pular — afinal, em política internacional, até um cafezinho pode ser mensagem codificada.