
O clima entre Washington e Moscou parece ter atingido um novo patamar de gelo — e dessa vez, o termômetro geopolítico marca temperaturas dignas do inverno siberiano. A Rússia soltou o verbo nesta segunda-feira (5) em um comunicado que mistura acusações cortantes e um aviso que soa como ameaça velada.
"Não vamos mais engolir sapos", disparou um porta-voz do Kremlin, referindo-se às pressões tarifárias dos EUA. O tom? Algo entre o exasperado e o desafiador. A justificativa? Alegam que as medidas americanas violam "as regras do jogo econômico internacional".
O xadrez dos mísseis
Eis que surge a jogada mais polêmica: Moscou deixou claro que considera "livre de amarras" para implantar sistemas de mísseis onde bem entender. Uma declaração que faz tremer os alicerces do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF), já morto e enterrado desde 2019, mas que ainda assombra as relações entre as potências.
Detalhe curioso: enquanto diplomatas russos reclamam de "sanções ilegítimas", analistas ocidentais enxergam nessa movimentação uma tentativa de:
- Criar cortina de fumaça para problemas econômicos internos
- Testar os limites da nova administração americana
- Recuperar influência em regiões estratégicas
E o Brasil nessa história?
Pois é, nosso país — que sempre tentou equilibrar-se na corda bamba entre Ocidente e Oriente — pode sentir os reflexos indiretos desse cabo-de-guerra. Especialistas lembram que tensões assim costumam:
- Impactar commodities como petróleo e fertilizantes
- Redesenhar alianças comerciais globais
- Criar efeitos dominó em mercados emergentes
Numa frase que parece saída de um thriller político, o ministro russo Sergei Lavrov resumiu: "Quando empurram a Rússia para a parede, ela não desaparece — ela responde." Resta saber se essa resposta virá na forma de retórica inflamada ou ações concretas que podem redefinir o tabuleiro geopolítico.