
Eis que o Pentágono resolveu dar uma de editor-chefe universal. Na virada da semana, soltou uma diretriz que fez tremer as redações: a partir de agora, qualquer matéria que envolva assuntos militares ou de defesa precisa passar pelo crivo prévio dos seus assessores. Sim, você leu direito – censura prévia, daquelas que a gente pensava que só existiam em regimes autoritários.
Não é brincadeira. A ordem veio direto do alto escalão do Departamento de Defesa dos Estados Unidos. E olha, a justificativa é clássica: "segurança nacional". Quem nunca, né? Mas a coisa é séria. Eles alegam que querem evitar vazamentos de informações sensíveis – daquelas que poderiam, supostamente, colocar tropas em risco ou comprometer operações sigilosas.
Mas como funciona na prática?
Jornalistas que cobrem o Pentágono ou temas militares terão que mandar suas reportagens – sim, o texto inteiro – para uma avaliação antes de publicar. Um funcionário do governo vai ler, riscar, sugerir mudanças e, só então, liberar – ou não – a tal da matéria.
E não adianta achar que é só para meia dúzia de tópicos ultrassecretos. A regra vale para qualquer conteúdo que tangencie operações militares, estratégias de defesa ou até mesmo declarações de oficiais. É um controle sem precedentes na relação entre a imprensa e o governo norte-americano.
E a liberdade de imprensa?
Bom, essa é a pergunta que não quer calar. A medida já está gerando rebuliço entre associações de jornalistas e veículos de comunicação. Muita gente vê aí um perigoso precedente – um passo larguito em direção a um controle informativo que cheira a autoritarismo.
Não é de hoje que governos tentam domar a imprensa, mas fazer isso de forma tão explícita e institucionalizada… é de arrepiar. E o pior: a regra não tem data para acabar. Pode virar norma permanente, um novo normal que ninguém pediu.
O que me preocupa – e deve preocupar você também – é o silenciamento gradual. Primeiro é uma "revisão", depois vira uma proibição velada, e quando a gente percebe, já era. A imprensa livre é um dos pilares de qualquer democracia que se preze. Mexer com isso é brincar com fogo.
Resta saber como os grandes veículos vão reagir. Vão aceitar quietos? Vão brigar na justiça? Ou vão achar um jeito de furar o bloqueio? Uma coisa é certa: a arena midiática acabou de ganhar mais um capítulo polêmico.