
E aí que o presidente argentino Javier Milei, numa cartada que pegou todo mundo de surpresa, resolveu apelar para o grande trunfo: uma ligação direta para ninguém menos que Donald Trump. Sim, o mesmo Trump que está no olho do furacão eleitoral americano.
Não foi exatamente um pedido de ajuda — Milei não é do tipo que admite derrota — mas sim uma "conversa estratégica entre aliados ideológicos". Pelo menos é assim que seus assessores estão vendendo a história.
O Desespero por Apoio Internacional
A situação na Argentina? Crítica. A inflação disparou feito foguete em dia de festa junina, o peso argentino vale menos que papel de pão molhado, e as reformas liberais de Milei estão enfrentando resistência feroz no Congresso.
O que ele quer com Trump? Basicamente, dois coisas: primeiro, que o ex-presidente americano use sua influência junto aos republicanos para pressionar por apoio financeiro internacional. Segundo — e isso é bem mais esperto — que Trump dê uma declaração pública endossando as políticas de Milei.
Porque vamos combinar: na política atual, ter o aval de uma figura como Trump ainda vale ouro em certos círculos.
A Jogada Arriscada
O problema é que Milei está apostando numa carta que nem sabe se vai ser jogada. Trump está ocupadíssimo com sua própria campanha eleitoral e com os mil processos judiciais que enfrenta.
Além disso, há um risco diplomático considerável: Biden ainda é o presidente em exercício, e fazer esse tipo de movimento paralelo pode ser visto como um desrespeito aos protocolos internacionais.
Mas Milei, sendo Milei, parece estar disposto a queimar alguns navios se for necessário. Ele sempre foi um político de gestos dramáticos — lembra quando pegou uma serra elétrica em pleno comício?
As Consequências Possíveis
Especialistas em relações internacionais estão divididos. Uns acham uma jogada brilhante, outros consideram um tiro no pé.
O fato é que a Argentina precisa urgentemente de uma âncora financeira. As reservas internacionais estão no nível mais baixo em décadas, e o fantasma da moratória assombra novamente o país.
Se Trump realmente se dispuser a ajudar, poderia abrir portas importantes no FMI e em outros organismos multilaterais. Mas é um "se" gigantesco.
Enquanto isso, os argentinos seguem enfrentando filas intermináveis nos supermercados, preços que mudam diariamente e uma incerteza que já dura... bem, décadas.
Milei prometeu mudanças radicais. Agora, sua aposta mais ousada depende de um homem que nem está no poder atualmente. A política, como sempre, nos reserva surpresas.